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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Verdadeiro respeito

Ainda hoje é comum se observar desrespeito entre membros dereligiões diferentes. Um ditado popular até inclui religião entre os temas que não devemser conversados ou discutidos, entre colegas ou amigos. É questãonevrálgica que pode gerar desentendimentos. É que, quase sempre, um termina por ofender o outro por seremdiferentes os conceitos a respeito de Deus, da alma, das penas erecompensas futuras. Contudo, entre grandes líderes religiosos há muito respeito.Exatamente porque um no outro admira o compromisso integral com suaprópria crença. Recordamos que no ano de 1219, Francisco de Assis, que fora se juntaraos combatentes da Quinta Cruzada, decidiu ir à presença do sultãoAl-Malik Al-Kamil. Ele desejava converter o sobrinho de Saladino ao Cristianismo. E seisso redundasse em martírio, não se importava. Com seu companheiro Illuminatus foi em direção ao quartel-generaldo sultão. Era sabido que os cristãos podiam praticar sua fé em terrasmuçulmanas. Mas, se tentassem converter algum maometano, estariamsujeitos à pena capital. Quando Francisco e o amigo se aproximaram do acampamento do sultãoforam imediatamente levados à sua presença. O governante muçulmano tinha a mesma idade de Francisco. Elegovernava o Egito, a Palestina e a Síria. Era competente em artes militares. Também completamente dedicado àstradições de sua fé e à sua disseminação. Cinco vezes ao dia, ao ouvir o chamado para a adoração a Alá, erao primeiro a assumir a postura devida. Francisco de Assis, pois, estava diante de um homem profundamentedevoto, que também acreditava em um Deus único. Francisco, através de um intérprete, falou ao sultão e ao seuconselho sobre a fé em Cristo e o apelo de paz em nome de Jesus, ofilho de Deus. Quando concluiu, os conselheiros presentes opinaram que os visitantesdeveriam ser, de imediato, decapitados. Entretanto, o sultão era homem que apreciava a verdadeira fé ondequer que a encontrasse e disse: Vou contrariar esses conselhos. Jamais te condenarei à morte. Seriauma perversa recompensa para alguém que voluntariamente arriscou-sea morrer a fim de salvar minha vida diante de Deus, como acreditas. Até onde os registros medievais, em italiano e francês, bem como ascrônicas muçulmanas relatam, o fato não teve precedente naHistória das relações entre cristãos e muçulmanos. Os frades ficaram no acampamento durante uma semana. E, aodespedi-los, o sultão forneceu a ambos salvo-conduto de volta ao seuacampamento. E até mesmo a Jerusalém, pois Francisco desejava venerar os ditoslugares santos cristãos. Deu-lhes o suficiente em provisões para a viagem de retorno epresentes preciosos. Esses, delicadamente foram recusados porFrancisco, o que mais provocou a admiração de Al-Kamil. Francisco não conseguiu converter o sultão à fé cristã mas saiude lá com uma impressão bem diferente do seu anfitrião. Eram dois líderes. Um liderava homens à guerra, motivados por suasconvicções religiosas. O outro somente desejava que se implantassea paz do Cristo no mundo. Dois líderes. Conceitos divergentes. Batalhas gigantescas a vencer.Armas diferentes. Mas um ao outro ouviu e deixou bem claras as linhas do respeito. Pensemos nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. Doze – 1219 – 1220, do livro Francisco de Assis, o santo relutante, de Donald Spoto, ed. Objetiva. Em 25.05.2010.

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