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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Amar ao próximo


Se alguém diz que ama a Deus, mas não ama o seu semelhante, émentiroso. Isso foi escrito pelo Apóstolo João e nos convida a umaprofunda reflexão. Por que o amor a Deus passa inevitavelmente pelo amor ao próximo?Por que não basta amar a Deus no isolamento das criaturas, ou naindiferença ao semelhante? Deus, ao nos criar, não nos cria perfeitos, mas oferece asoportunidades e possibilidades de se chegar à perfeição. E, por grandiosidade de Sua justiça, essa perfeição se alcançapor esforço próprio, por dedicação, e jamais por gratuidade oudom divino, a escolher uns ou outros como mais ou menos amados porEle e, consequentemente, com mais ou menos virtudes e dons. Quando lemos a biografia de grandes vultos do amor ao próximo, comoMadre Teresa de Calcutá, Chico Xavier ou Irmã Dulce, vemos aexemplificação do exercício no amor ao próximo. E é natural que questionemos de onde eles retiraram forças paraamar incondicional e intensamente, ao longo de toda uma vida? Aprenderam a amar ao próximo no exercício do amor a que sepropuseram, saindo de si mesmos, indo em direção ao outro,encontrando Deus. O amor a Deus não se constrói de forma mística, transcendental ouisoladamente. Entendendo isso, Jesus, personificação maior do amor a Deus, nosensina que toda vez que auxiliarmos, que dermos de comer, quematarmos a sede de nosso irmão, é a Ele mesmo que estaremos fazendoisso. Convida-nos Jesus a experimentar o exercício do amor a Deusaprendendo a amar ao próximo. Afirma mesmo o Mestre Galileu que o maior mandamento da Lei de Deusé amar ao Pai, seguido do exercício de amar-se para amar aopróximo. Se você busca o entendimento das Leis de Deus, de instaurá-Lo nasua intimidade, um bom início será o de olhar para o próximo, noexercício do amor. Sempre temos recursos e meios de auxiliar, de demonstrar o amor naforma do desvelo, do carinho, da solidariedade ou da compaixão. Ofereçamos a palavra edificante para incentivar os desvalidos, apresença fraterna para aqueles abandonados na solidão, ouvidospacientes para um coração aflito com necessidade de desabafar. Somos convidados ao exercício do amor ao próximo construído nacompreensão frente àquele em desatino, em benevolência para oirmão em desequilíbrio ou indulgência na ação precipitada. São pequenos gestos que se fazem exercícios de amor ao próximo,no objetivo de amar a Deus. Afinal, como nos alerta o ApóstoloJoão, se não conseguimos compreender nosso irmão, jamais teremoscondições de amar e compreender a Deus. Redação do Momento Espírita. Em 29.12.2009.

sábado, 26 de dezembro de 2009

UMA REFLEXÃO ESPÍRITA SOBRE A VIOLÊNCIA URBANA.

As estatísticas demonstram que a violência cresce à medida que aumenta a distribuição de drogas em determinadas regiões. Por isso, é mister reprimir os criminosos, obviamente. Porém, junto a isso, urge o envolvimento, também, da sociedade em todo esse contexto, nas áreas onde eles atuam. A tibieza policial do Estado forja os líderes do crime que "governam" as comunidades com as suas próprias "leis". Por isso mesmo, além dessas estratégias pacificadoras, é mister que todo governante invista em projetos de asfaltamento de ruas, ampliação da iluminação pública, recuperação das praças, construção de escolas e postos de saúde, controle dos horários dos estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas nos locais mais afetados pela criminalidade. São medidas eficazes para reduzir a barbárie da violência social.




O Rio de Janeiro vive uma situação muito semelhante à cidade de Medellín, na Colômbia dos anos 90. Os narcotraficantes controlam os territórios das favelas, e o aparelho policial do Estado tem extrema dificuldade em combatê-los, seja pela falta de coordenação entre os governos, nas suas diversas esferas, seja entre as polícias civil, militar, federal e as guardas municipais. Nos idos dos anos 90, Bogotá, na Colômbia, era considerada uma das cidades mais violentas do mundo, e, atualmente, conseguiu reduzir, em 70%, seu índice de violência urbana, fruto das medidas sócio-educativas ali empreendidas.



Seguindo o exemplo colombiano, percebemos um enorme esforço do governo do Rio de Janeiro, para a conquista da pacificação social nas favelas. Para esse objetivo, adotou-se, na prática, uma nova estratégia de Segurança Pública com ocupação, permanente, das favelas através da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). O plano que diminuiu as áreas sob comando do crime organizado, contudo, também, redundou no acirramento dos confrontos entre facções criminosas pelos pontos de vendas de drogas ainda disponíveis (que não estão sob a ação das UPPs) nos morros cariocas. Apesar da reação dos criminosos, o clima tenderá à convivência pacífica entre policiais e moradores, sem tráfico ostensivamente armado, permitindo que os moradores do asfalto voltem a conviver com a favela. Aposta-se que, com a entrada da classe média na favela, horizontes poderão ser abertos para a transformação social.



Em verdade, a violência do homem civilizado tem as suas raízes profundas e vigorosas na selva. O homo brutalis tem as suas leis: subjugar, humilhar, torturar e matar. O pragmatismo das sociedades atuais coisificou o homem, equivalendo dizer que o nadificou no aspecto moral. O homem contemporâneo vive atormentado pelo medo, esse inimigo atroz que o assombra, uma vez submetido às contingências da vida atual, de insegurança e de incertezas. Vivemos tempos complexos e tormentosos. A violência não está só nas favelas cariocas. Há violências, de várias nuanças, em toda parte do planeta. A violência urbana é reflexo natural dos que administram gabinetes luxuosos e desviam os valores que pertencem ao povo; que elaboram leis injustas, que apenas os favorecem; que esmagam os menos afortunados, utilizando-se de medidas especiais, de exceção, que os anulam; que exigem submissão das massas, para que consigam o que lhes pertence de direito... produzindo o lixo moral e os desconsertos psicológicos, psíquicos e espirituais.



A criminalidade tem seus fulcros na desigualdade social, no elevado índice de desemprego, na urbanização desordenada e, de modo destacado, no tráfico de drogas, na difusão incontrolada da arma de fogo, sobretudo clandestina, situações essas que contribuem, de forma decisiva, para o aumento da criminalidade. Atualmente, quase metade da população mundial mora nas grandes cidades. Nos próximos 20 anos, a população urbana vai superar os 5 bilhões. Sete pessoas, em cada dez, estarão morando em uma dessas megalópoles, provocando mudanças (não para melhor) do sistema de vida da população. Estudiosos afirmam que as megalópoles serão enormes regiões interligadas, superpovoadas, que englobarão cidades vizinhas e, nas quais, mais da metade da população concentrar-se-á em bolsões de miséria, favelas ou "barracópoles". Segundo as projeções demográficas, daqui a duas décadas, as megalópoles estruturar-se-ão com centros luxuosos e ultra modernos, habitados por uma classe poderosa e rica, mas rodeados, ou melhor, sitiados por enormes extensões de favelas, de marginados, como se pode perceber, embora em dimensões, ainda, reduzidas, nas atuais metrópoles do Rio de Janeiro e São Paulo.



Há uma síndrome perversa, em que os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos, equitativamente, e o fosso, entre afortunados e deserdados (ricos x pobres), está aumentando. Essa tendência é, extremamente, perigosa, mas podemos evitá-la. Caso contrário, as bases da segurança global estarão, seriamente, ameaçadas, muito mais do que já estão. Temos o conhecimento e a tecnologia a nosso favor, necessários para sustentar toda a população, equilibradamente, e reduzir os impactos de agressão ao meio ambiente, até porque, os desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e, juntos, podemos criar, de início, soluções emergenciais, para que evitemos o caos absoluto em pouco tempo.



Erguemos altos muros com fios eletrificados ao redor de nossas residências, tentando evitar que ela (a violência) nos atinja. Contratamos seguranças para protegerem nossas empresas e nossos lares. Instalamos equipamentos sofisticados que nos alertem da chegada de eventuais usurpadores de nossos bens. Contudo, existe outro tipo de violência que não damos atenção: é a que está fincada dentro de cada um de nós. Violência íntima, que alguns alimentam, diariamente, concedendo que ela se torne animal voraz. É o ato de indiferença que um elege para apunhalar o outro no relacionamento doméstico, estabelecendo silêncios macabros às interrogações afetuosas. São os cônjuges que, entre si, pactuam com a mudez, como símbolo do desconforto por viverem, um ao lado do outro, como algemados sem remissão. A violência de fora pode nos alcançar, ferir-nos e, até mesmo, magoar-nos, profundamente, mas a violência do coração (interna), silenciosa, que certas pessoas aplicam todos os dias, em seus relacionamentos, é muito mais perniciosa e destruidora. A paz do mundo começa em nossa intimidade e sob o teto a que nos albergamos. Se não aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações?



Nesse panorama, a mensagem do Cristo é o grande edifício da redenção social, que haverá de penetrar em todas as consciências humanas como um dia penetrou, no desprendimento de Vicente de Paulo, na solidariedade de irmã Dulce, na bondade de Chico de Assis, na dedicação de Teresa de Calcutá, na humildade de Chico Xavier e na não-violência de Mohandas Karamchand Gandhi, o Mahatma da Índia. Os postulados evangélicos, sob a ótica espírita, são antídotos contra a violência, posto que quem os conheça, sabe que não se poderá eximir das suas responsabilidades sociais, e que o seu futuro será uma decorrência do presente.



Nesse contexto, devemos considerar que o espírita-cristão deve se armar de sabedoria e de amor, para atender à luta que vem sendo desencadeada nos cenários da sociedade, concitando à concórdia e ao perdão, em qualquer conjuntura anárquica e perturbadora da vida moderna. Os Centros Espíritas, como Prontos-Socorros espirituais, muito podem contribuir no trabalho de prevenção e auxílio às vítimas das drogas, nas duas dimensões da vida, através de medidas que os incentivem ao estudo das Leis de Deus. O Centro Espírita, além de estimular as famílias à prática do Evangelho no Lar, oferece recursos socorristas de tratamento espiritual: passe, desobsessão, água fluidificada, atendimento fraterno (trabalho assistencial que enseja o diálogo, a orientação, o acompanhamento e o esclarecimento, com fundamentação doutrinária a todos, indistintamente.



A Doutrina Espírita, embora compreenda e explique muitos fenômenos sociais e econômicos, através da tese reencarnacionista, é revolucionária, porque propõe mudanças estruturais do ser humano; não contemporiza com a concentração de riqueza e com a ausência de fraternidade, que significam a manutenção de privilégios e de excessos no uso dos bens, das riquezas e do poder de uns poucos em detrimento do infortúnio da maioria. O mais amplo sentido de Justiça Social, segundo a visão do Espiritismo, é a que está gravada no escrínio da consciência humana, que estimula o homem a cumprir seus deveres, honestamente, e a proteger seus direitos, respeitando os direitos alheios.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

JESUS - FULGOR RESPLANDESCENTE

Há dois mil anos surgiu um Homem, entre os milhões de habitantes terrestres... E Esse Homem veio tornar-se o centro da história da humanidade. Muita mais do que isso: Ele tornou um marco para a história da humanidade, de tal modo que até o tempo histórico é contado tendo-O como referência ... Era uma luminosa escuridão - Esse homem... Não bajulava a nenhum poderoso - e não espezinhava nenhum miserável. Diáfano como um cristal era o Seu caráter - e, no entanto, é Ele o maior mistério de todos os séculos. (1)


Poeta algum conseguiu atingir-Lhe as excelsitudes - filósofo algum valeu exaurir-Lhe as profundezas... Esse homem não repudiava "madalenas" nem apedrejava adúlteras - mas lançava às penitentes palavras de perdão e de vida.

Não fez nada daquilo que a outros homens garante imortalidade entre os mortais - o que Nele havia de maior era Ele mesmo. Havia inocentes com sorriso nos lábios - e doentes com lágrimas nos olhos. Havia apóstolos - e apóstatas... Brincava nos caminhos Desse homem a mais bela das primaveras - e espreitava-Lhe os passos a mais negra das mortes. (2)

Sobre suas prédicas Mahatma Gandhi dizia que eram a mais bela que conhecera à face da Terra e que bastaria que 1/3 daqueles que dizem segui-Lo colocassem em prática sua doutrina para mudar socialmente a face da Terra. Para o Iluminado da Índia o Sermão do Monte é a mais bela página da humanidade e por si só preservaria os patrimônios espirituais humanos, ainda que se perdessem os livros sagrados de todas as religiões.

Mesmo que Ele fosse um mito, alguém teria que ter concebido as Suas idéias superiores que chegam até nós. Ele era um homem de singular virtude, que seus companheiros chamam Filho de Deus.

Públio Lentulos dizia que Ele curava os enfermos e levantava os mortos, era belo de figura e atraia os olhares. Seu rosto inspirava amor e temor ao mesmo tempo. Seus cabelos eram compridos e louros, lisos até as orelhas, e das orelhas para baixo cresciam crespos anelados. Dividia-os ao meio uma risca e chegavam-lhes aos ombros segundo o costume da gente de Nazareth. As faces cobriam de leve rubor. O nariz era bem contornado, e a barba crescia, um pouco mais escura do que os cabelos, dividida em duas pontas. Seu olhar revelava sabedoria e candura. Tinha olhos azuis com reflexos de várias cores. Este homem amável ao conversar, tornava-se terrível ao fazer qualquer repreensão. Mas mesmo assim sentia-se Nele um sentimento de segurança e serenidade. Ninguém nunca o via rir. Muitos no entanto O tinham visto chorar. Era de estatura normal, corpo ereto, mãos e braços tão belos que era um prazer contemplá-los. Sua Voz era grave. Falava pouco. Era modesto. Era belo quanto um homem podia ser belo. Chamavam-lhe Jesus." (3)

Ele, vivendo o seu tempo, construiu valores universais únicos, que, pela profundidade e extensão, modificaram os aspectos culturais, sociais, políticos e econômicos da humanidade. Ele é o caminho, a verdade, a vida em sua multiplicidade, diversidade, alteridade, exemplo claro de comportamento moral que reflete a identidade do ser com o Universo e com Deus. (4)

Para a maioria dos teólogos, Ele é objeto de estudo, nas letras do Velho e do Novo Testamento, imprimindo novo rumo às interpretações de fé. Para os filósofos, Ele é o centro de polêmicas e cogitações infindáveis. Para nós espíritas, Jesus foi, é e será sempre a síntese da Ciência, da Filosofia e da Religião. "Tudo tem passado nestes dois mil anos, na Terra- mas a [Sua] Palavra brilha como um Sol sem ocaso, guiando as ovelhas tresmalhadas, os cordeiros perdidos do Rebanho de Israel à porta do aprisco, para restituí-los ao Bom Pastor". (5)

A figura de fulgor resplandecente do Filho de Deus continua sempre, em todos os tempos, como o Guia Espiritual da Humanidade terrena, amando-a e instruindo-a com paciência infinita.

Proclamando as bem-aventuranças à turba no monte, não a induz para a violência, a fim de assaltar o celeiro dos outros. Multiplica, Ele mesmo, o pão que a reconforte e alimente. Não convida o povo a reivindicações. Aconselha respeito aos patrimônios da direção política, na sábia fórmula com que recomendava seja dado "a César o que é de César". Demonstrando as preocupações que o tomavam, perante a renovação do mundo individual, não se contentou em sentar-se no trono diretivo, em que os generais e os legisladores costumam ditar determinações... Desceu, Ele próprio, ao seio do povo e entendeu-se pessoalmente com os velhos e os enfermos, com as mulheres e as crianças.

Entreteve-se em dilatadas conversações com as criaturas transviadas e reconhecidamente infelizes. Usou a bondade fraternal para com Madalena, a obsidiada, quanto emprega a gentileza no trato com Zaqueu, o rico. Reconhecendo que a tirania e a dor deveriam permanecer, ainda, por largo tempo, na Terra, na condição de males necessários à retificação das inteligências, o Benfeitor Celeste foi, acima de tudo, o orientador da transformação individual, o único movimento de liberação do espírito, com bases no esforço próprio e na renúncia ao próprio "eu". Para isso, lutou, amou, serviu e sofreu até à cruz, confirmando, com o próprio sacrifício, a sua Doutrina de revolução interior, quando disse: "e aquele que deseje fazer-se o maior no Reino do Céu, seja no mundo o servidor de todos." (6)

O Espiritismo vem colocar o Evangelho do Cristo na linguagem da razão, com explicações racionais, filosóficas e científicas, mas, vejamos bem, sem abandonar, sem deixar de lado o aspecto emocional que é colocado na sua expressão mais alta, tal como o pretendeu Jesus, ou seja o sentimento sublimado, demonstrando assim que o sentimento e a razão podem e devem caminhar pela mesma via, pois constituem as duas asas de libertação definitiva do ser humano.

Sabemos não ser a experiência humana uma estação de prazer, por isso, continuemos trabalhando no ministério do Cristo, recordando que, por servir aos outros, com humildade, sem violências e presunções, Ele foi tido por imprudente e rebelde, transgressor da lei e inimigo da população, sendo escolhido por essa mesma multidão para receber com a cruz a gloriosa coroa de espinhos, mas sob o influxo do bom ânimo Ele venceu o mundo!

Até porque o sacrifício Dele não deve ser apreciado tão-somente pela dolorosa expressão do Calvário. O Gólgota representou o coroamento da obra do Senhor, mas o sacrifício na sua exemplificação se verificou em todos os dias da sua passagem pelo planeta. Numerosos discípulos do Evangelho consideram que o sacrifício do Gólgota não teria sido completo sem o máximo de dor material para o Mestre Divino. Entretanto, a dor material é um fenômeno como o dos fogos de artifício, em face dos legítimos valores espirituais. Homens do mundo, que morreram por uma idéia, muitas vezes não chegaram a experimentar a dor física, sentindo apenas a amargura da incompreensão do seu ideal. Imaginai, pois, o Cristo, que se sacrificou pela Humanidade inteira, e chegareis a contemplá-Lo na imensidão da sua dor espiritual, augusta e indefinível para a nossa apreciação restrita e singela. (7)

Em realidade qualquer palavra , expressão poética, artística, filosófica e qualquer louvor em Sua memória significarão apagada homenagem em face do que Ele representa para cada um de nós.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Um Homem chamado Jesus


Certa vez, um Espírito Sublime deixou as estrelas, revestiu-Se de umcorpo humano e veio habitar entre os homens.Porque fosse um exímio artista plástico, habituado a modelar asformas celestes, compondo astros e globos planetários, tomou damadeira bruta e deu-lhe formas úteis.Durante anos, de Suas mãos brotaram mesas e bancos, onde amigos eirmãos se assentavam para repartir o pão.Para receber os seus corpos cansados, ao final do dia, Ele preparoucamas confortáveis e, porque amasse a todos os seres viventes, nãoesqueceu de providenciar cochos e manjedouras onde os animaispudessem vencer a fome.Porque fosse artista de outras artes, certo dia deixou as ferramentascom que moldava a madeira, e partiu pelas estradas poeirentas.Tomou do alaúde natural de um lago, em Genesaré, e ali teceu asmais belas canções.Seu canto atraía crianças, velhos e moços. Vinham de todas asbandas.A entonação de Sua voz calava o choro dos bebês e as doresarrefeciam nos corações das viúvas e dos desamparados.As harmonias que compunha tinham o condão de secar lágrimas esensibilizar corações endurecidos.Como soubesse compor poemas de rara beleza, subiu a um monte ederramou versos de bem-aventuranças, que enalteciam a misericórdia,a justiça e o perdão.Porque Sua sensibilidade Se compadecia das dores da multidão,multiplicou pães e peixes, saciando-lhe a fome física.Delicado na postura, gentil no falar, por onde passava deixavaimpregnado o perfume de Sua presença.Possuía tanto amor que o exalava de Si aos que O rodeassem. Umapobre mulher enferma tocou-Lhe a barra do manto e recebeu os fluidoscuradores que lhe restituíram a saúde.Dócil como um cordeiro, abraçou crianças, colocou-as em Seusjoelhos e lhes falou do Pai que está nos céus, que veste a erva docampo e providencia alimento às aves cantantes.Enérgico nos posicionamentos morais, usou da Sua voz para o discursoda honra, defendendo o templo, a casa do Pai, dos que desejavam lesaro povo já por si sofrido e humilhado.Enalteceu os pequenos e na Sua grandeza, atentava para detalhesmínimos.Olhou para a figueira e convidou um cobrador de impostos a descer afim de estar com Ele mais estreitamente.Acreditavam que Ele tomaria um trono terrestre e governaria por anos,com justiça.Ele preferiu penetrar os corações dos homens e viver na suaintimidade, para que eles usufruíssem de paz e a tivessem emabundância.Seu nome é Jesus, o Amigo Divino que permanece de braços abertos,declamando os versos do Seu poema de amor: /Vinde a mim, vós todosque estais aflitos e sobrecarregados e eu vos aliviarei...// //Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais, do cap. 3 do//livro /Quem é o Cristo?,/ pelo Espírito Francisco de Paula Vítor,//psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter./*/Disponível no CD Momento Espírita Especial de Natal, v. 15, ed.Feb./*/Em 21.12.2009./

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Almas enamoradas


Geralmente, é na juventude do corpo que temos despertado o interesse em buscar o sexo oposto para compartilhar dos nossos sonhos.
Quando encontramos a alma eleita, o coração parece bater na garganta e ficamos sem ação. Elaboramos frases perfeitas para causar o impacto desejado, a fim de não sermos rejeitados.

Então, tudo começa. O namoro é o doce encantamento.
Logo começamos a pensar em consolidar a união e nos preparamos para o casamento.
Temos a convicção de que seremos eternamente felizes. Nada nos impedirá de realizar os sonhos acalentados na intimidade.
Durante a fase do namoro é como se estivéssemos no cais observando o mar calmo que nos aguarda, e nos decidimos por adentrar na embarcação do casamento.
A embarcação se afasta lentamente do cais e os primeiros momentos são de extrema alegria. São os minutos mais agradáveis. Tudo é novidade.

Mas, como no casamento de hoje observa-se a presença do ontem, representada por almas que se amam ou se detestam, nem sempre o suave encantamento é duradouro.

Tão logo os cônjuges deixem cair as máscaras afiveladas com o intuito de conquistar a alma eleita, a convivência torna-se mais amarga.

Isso acontece por estarem juntos Espíritos que ainda não se amam verdadeiramente, que é o caso da grande maioria das uniões em nosso planeta.

Assim sendo, tão logo a embarcação adentra o alto mar, e os cônjuges começam a enfrentar as tempestades, o primeiro impulso é de voltar ao cais. Mas ele já está muito distante...

O segundo impulso é o de pular da embarcação. E é o que muitos fazem.

E, como um dos esposos, ou os dois, têm seus sonhos desfeitos, logo começam a imaginar que a alma gêmea está se constituindo em algema e desejam ardentemente libertar-se.

E o que geralmente fazem é buscar outra pessoa que possa atender suas carências.
Esquecem-se dos primeiros momentos do namoro, em que tudo era felicidade, e buscam outras experiências.

Alguns se atiram aos primeiros braços que encontram à disposição, para logo mais, sentirem novamente o sabor amargo da decepção.

Tentam outra e outra mais, e nunca acham alguém que consolide seus anseios de felicidade. Conseguem somente infelicitar e infelicitar-se, na busca de algo que não encontram.

* * *

Se a pessoa com quem nos casamos não é bem o que esperávamos, lembremo-nos de que, se a escolha foi feita pelo coração, sem outro interesse qualquer, é com essa pessoa que precisamos conviver para aparar arestas.

Lembremo-nos de que na Terra não há ninguém perfeito, e que nossa busca por esse alguém será em vão.

E se houvesse alguém perfeito, esse alguém estaria buscando alguém também perfeito que, certamente, não seríamos nós.

* * *

Os casamentos são programados antes do berço.

Assim, temos o cônjuge que merecemos e o melhor que as Leis Divinas estabeleceram para nós.

Dessa forma, busquemos amar intensamente a pessoa com quem dividimos o lar, pois só assim conseguiremos alcançar a felicidade que tanto almejamos.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 5. ed. Fep.

Em 22.04.2008

O Divino Cantor

 Quem hoje visite as regiões que foram cenário das pregações de Jesus surpreende-se com a aridez do solo, a ausência de arbustos, a desolação da paisagem.
Ao tempo de Jesus, no entanto, a Galiléia esbanjava bem-estar e alegria.
Região muito verde, ensombrada, sorridente, era a autêntica terra enaltecida no Cântico dos Cânticos pelo rei poeta Salomão.

Sobretudo nos meses de março e abril o campo se transformava em um tapete de flores, com incomparáveis cores.
Os animais pequenos eram extremamente dóceis. Os passarinhos, de tão leves, nem chegavam a dobrar a erva em que pousavam. As rolas eram esbeltas.
Nos regatos, as tartarugas pequenas deixavam ver seus olhos vivos e doces. As cegonhas, com seu ar sempre grave, permitiam que os homens chegassem bem perto.

Possivelmente, em nenhum outro lugar as montanhas se desdobram com tanta harmonia, com o dom de inspirar pensamentos elevados.

Ao que tudo indica, Jesus as amou de forma particular. Importantes ações de Sua missão se deram nas montanhas. Lá Ele teceu Seus mais belos versos, deixando-nos as bem-aventuranças.
Lá Ele teve colóquios com profetas desencarnados, como Elias, respeitáveis legisladores hebreus, como Moisés. Lá Ele Se revelou aos discípulos em toda Sua grandeza, transfigurando-Se, a brilhar com a intensidade da estrela solar.

Tudo transpirava renúncia, doçura, ternura. No campo abundavam águas frescas e frutas. Os jardins eram plenos de macieiras, nogueiras e romãzeiras.

Foi nesse ambiente que Jesus nos apresentou a Boa Nova. Ele mesmo, um Messias diferente, único.

Comparece ao banquete de núpcias, chama para Si o publicano Zaqueu, a cortesã Madalena. Atrai os pescadores.
Enquanto a Grécia pintou admiráveis quadros da vida humana, legando-nos escultura e poesia, a Galiléia plantou o mais sublime ideal da espiritualidade, abrigando o Divino Cantor em suas terras.
O reino de Deus está no meio de vós, dizia Jesus aos que buscavam sinais exteriores.

E a voz do jovem carpinteiro de Nazaré ganhava uma doçura extraordinária.
Um encanto infinito exalava de Si quando falava do reino que não se instalaria no mundo, mas nos terrenos dos corações abertos ao bem.
O verdadeiro reino de Deus é o reino dos mansos e humildes, dos puros de coração, dos homens de boa vontade que, desejando alcançar a felicidade, a buscam no desdobramento da fraternidade verdadeira.

* * *
Ainda no ano 600 da nossa era, isto é, 50 anos antes da invasão muçulmana, a Galiléia era coberta de viçosas plantações.

Por isso mesmo teve sua fertilidade comparada à do Egito.

A planície de Genesaré, hoje sem nenhuma árvore, as anotações históricas nos cientificam de que era repleta de belas árvores.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. 4 do livro
Vida de Jesus, de Ernest Renan, ed. Martin Claret.
Em 15.12.2009