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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Um homem bom

Em O Evangelho segundo o Espiritismo encontramos a informação deque os homens de bem ignoram que são virtuosos. Eles deixam-se ir ao sabor de suas aspirações e praticam o bem comdesinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmos. Pessoas assim existem muitas espalhadas por esse imenso mundo deDeus. Em todas as épocas, em todas as nações. Longe, muito longe. E bem perto de nós. Por isso, prestemosatenção para não perdermos a chance de nos mirarmos em seuexemplo. Assim era com Hans. Um pintor de paredes no século XX. Um homemsimples que morava numa rua pobre, perto de Munique, na Alemanha. Ele fora convocado para a Primeira Guerra Mundial. E voltara paracasa, ileso. Agora, a Segunda Guerra Mundial batia às portas e apertava o cerco acada dia. Como uma megera que avançasse, penosamente se movimentando,entre as brumas do medo e da insegurança. Quando a perseguição aos judeus se estabeleceu, ele perdeu muitosclientes. Afinal, os judeus tinham posses e, até há pouco, eramseus melhores clientes. Agora, eles eram os indesejados sobre a face da Terra. Ao menosnaquele pedaço de terra governado pela loucura daqueles dias. Então, veio o aviso de que as bombas estavam chegando sempre maispróximas. Havia quem não acreditasse que aquela cidadezinha dosarredores de Munique pudesse constituir um alvo. Mas os abrigos foram marcados e as janelas tinham que passar peloprocesso de escurecimento para as horas noturnas. Para Hans, foi uma oportunidade de trabalho. As pessoas tinhamvenezianas que precisavam ser pintadas. De preto. Verdade que a tinta logo se esgotou. Mas ele pegou pó de carvão efoi misturando. Foram muitas as casas de todas as regiões deMolching das quais ele confiscou dos olhos inimigos a luz dasjanelas. Muitas vezes, na volta para casa, mulheres que nada tinham além defilhos e miséria, corriam para ele e imploravam que pintasse suasjanelas. Ele poderia sugerir que elas utilizassem cobertores para pendurar nasjanelas. No entanto, sabia que eles seriam necessários quando chegasse oinverno. Desculpe, não me sobrou tinta preta. – Dizia ele. Amanhã bemcedo. – Marcava. E lá estava ele, na manhã seguinte, pintando as tais janelas. Pornada. Ou por um biscoito e uma xícara de chá quente. Por vezes, uma conversa, no degrau da frente desta ou daquela casa. Eo riso se erguia da conversa, antes de partir para o trabalhoseguinte. Um homem bom. Pobre, servia a quem mais pobre fosse. E servia comalegria. A bondade é assim: espalha a sua graça, deixa as suas benesses,enquanto o doador segue adiante, para continuar a distribuí-la amãos cheias. Redação do Momento Espírita, com base no item 8 do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb e na pt. 7 do livro A menina que roubava livros, de Markus Zusak, ed. Intrínseca. Em 26.03.2010.

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