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sexta-feira, 11 de junho de 2010

O ausente-presente

Era a derradeira refeição que fariam juntos. É um momento dealegria, pela comemoração da páscoa judaica. Recordam-se das agruras da escravidão no Egito e as alegrias dalibertação pelo legislador hebreu Moisés. Os cânticos se sucedem, em obediência ao rito comemorativo.Serve-se o carneiro, o pão sem sal e sem fermento, embebido no molhode ervas amargas. Recordam-se das bênçãos e a proteção de Yaweh. É também ummomento de despedida. Um pouco e já não mais me vereis, assevera Jesus. E como bompastor, exorta: meus filhinhos... E tece recomendações, dizendo das dores que adviriam aos Seusseguidores, a todos aqueles que desejassem levar o archote da BoaNova na tentativa de iluminar a Terra. O machado está posto à raiz, dizia o Mestre. Mas, se falou de dores e sofrimentos, não deixou de declamaresperança e consolo. Por isso, em observando o ar de tristeza que envolvia os Apóstolos,naquela hora, profetizou: Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus. Crede também emmim. Eu vou para vos preparar o lugar. Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltareie vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vósaí estejais. O Pastor anuncia Sua viagem, mas apresenta os objetivos dela e afirmao Seu retorno. A hora avança e Ele ensina: Um novo mandamento vos dou: amai-vos uns aos outros como eu vos tenhoamado. Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos: se vosamardes uns aos outros. E sentencia: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão pormim. É um momento solene. Os minutos se sucedem ligeiros, como sedesejassem que aquela despedida não se alongasse. Mas o Mestre dos mestres tem algo mais a dizer: Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seusenhor. Tenho-vos chamado amigos, porque tudo o que sei de meu Paivos transmiti. Repito-vos: amai-vos uns aos outros. E, como num testamento, exterioriza Sua doação final: Deixo-vos a paz: a minha paz vos dou Não vo-la dou como o mundo a dá. Amai-vos como eu vos amei. Ninguém tem mais amor do que aquele que dá a própria vida pelosseus amigos. Sereis meus amigos, se fordes amigos uns dos outros. A noite se envolve em crepe. Talvez a lua tenha escondido sua cararedonda e prateada, para enxugar o próprio pranto. O Cordeiro vai ser imolado... * * * Ele voltaria depois da morte para atestar que a morte não existe. E quando chega, faz-Se visível àquele grupo de homens assustados,como uma equipe sem chefia e os saúda: Paz seja convosco! E ficaria com eles por dias e dias. Dias de sol, noites de estrelas, de luar. Pelas estradas da Galiléia e da Judeia, pelas praias do mar e dolago, nas montanhas, onde os pastores apascentam seus carneiros, nasplanícies onde os camponeses cortam o trigo, todos sentem que Elepode estar, que Ele pode vir, de repente e dizer: “A paz seja convosco!” Certeza de Sua presença. Amigo, Mestre, Senhor: presente! Não nos esqueçamos disso. Redação do Momento Espírita, com base no Evangelho de João, cap. XIV e com parágrafo colhido no cap. LXXII, do livro Vida de Jesus, de Plínio Salgado, ed. Voz do oeste. Em 12.04.2010.

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