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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Normose

A palavra normose foi criada na França pelo escritor e conferencistaJean-Ives Leloup para designar, em síntese, essa forma decomportamento visto como normal mas que, na realidade, não énormal. Transportando esse conceito para observação da sociedade atualverificamos que as pessoas se pautam por padrões estabelecidos poralguém ou um grupo, em algum momento. Por exemplo, segundo padrões da moda atual, ser normal é ser magroe bonito. Para isso, vale dieta e, a cada dia surge uma diferente, ditada poressa ou aquela celebridade que afirma ter conseguido o peso ideal emum tempo mínimo. Para alcançar as medidas ideais da dita normalidade vale afrequência a academias, com rigorosos exercícios físicos,massagens e tudo o mais que possa permitir atingir o idealizado. E depois vêm as cirurgias para modificar tudo que seja possívelalterar. Não escapam os dentes, que devem ser perfeitos e brancos e, paraisso, submetem-se as pessoas a aplicações de laser, porcelana e oque mais seja necessário. Não importa se algo faz mal à saúde. O importante é ser normalque inclui, ao demais, estar sempre na moda, vestir a roupa domomento, custe o que custar. Gastam-se verdadeiras fortunas com cabeleireiros, maquiagem, produtosde beleza. Porque não se pode perder festa alguma. Nem evento importante. Issologo nos desqualificaria como um ser normal. Naturalmente, é louvável o cuidado com o corpo, a atenção aoparecer bem, à elegância. Faz parte da evolução da criaturacultivar o belo, o bom. Mas daí aos exageros, aos excessos vai uma distância que prima pelainsensatez. Gasta-se o que não se tem, finge-se o que não se é. Tudo paraparecer normal... Como os demais. Que padrão de normalidade, afinal, estamos elegendo? Algo totalmentefísico, exterior, passageiro em detrimento de valores reais? Será isso que desejamos para os nossos filhos, a Humanidade doamanhã? Desejaremos uma Humanidade de pessoas esquálidas, bulímicas,estressadas e vazias de conteúdo? Cabe-nos pensar um pouco, antes que nossos filhos, por não atenderemaos padrões ditados por alguns se lancem no fundo poço dadepressão, perdendo as oportunidades de progresso nesta vida. Estamos na Terra para angariar sabedoria, ilustrar a mente,dulcificar o coração, ascender à perfeição. A mente se ilustra com estudo, reflexão, esforço. O coração sedulcifica no exercício do bem ao próximo, entendendo que asdiferenças existem para permitir realce à verdadeira beleza. Invistamos nisso. E, em vez de nos esgotarmos em horas e mais horasde trabalho para conseguir mais dinheiro para atender a necessidadestolas, reservemos tempo para conviver com a família, com os amigos. Reservemos tempo para leituras, alimentando as ideias; para areflexão, a fim de nos enriquecermos interiormente. Tempo para olhar o nascer do sol e seu desaparecer no poente, paraouvir a sinfonia da chuva em dias quentes, o agradecimento da terrapela água que sorve, com sofreguidão. Tempo para amar, para viver, para ser um humano de valor, para serfeliz. Pensemos nisso. Redação do Momento Espírita Em 18.03.2010.

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