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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Idêntica dor

A primavera começava a desabrochar naqueles dias dos meses demarço/abril. Segundo o calendário judaico, mês de Nisan. Aindafazia frio mas a natureza parecia ardentemente se vestir de flores ecores. Tudo era promessa de vida, como se Yaweh desejasse brindar os sereshumanos com renovados presentes. Tudo era promessa de alegria... Menos em Jerusalém. O homem que entrara na cidade de forma triunfal há poucos dias,saudado pelo vozerio de crianças, mulheres, do povo em geral, forapreso. Do julgamento arbitrário nas mãos de Pilatos passara à noite noflagício. Trinta e cinco chicotadas nas pernas. Trinta e cincochicotadas nas costas. Era uma chaga aberta Seu corpo, coroado, ao demais, por espinhosrecolhidos no monturo. Alçado na cruz da vergonha, o homem agonizava. Aos Seus pés, com ocoração em frangalhos, agonizava a dor materna. Maria olhava o corpo lanhado do filho e se perguntava porque oshomens tratavam tão mal a quem fizera tanto bem... Ela tinha os olhos fundos da noite mal dormida, a face traduzindo ador moral que a machucava. Seu filho crucificado entre dois malfeitores. Então, ela viu, ao péde uma das cruzes laterais, uma mulher. Também chorava e se lamentava. É seu filho? Perguntou. Sim, disse a outra. Sofre muito e está morrendo. E, porque Jesus acabasse de responder ao ladrão de nome Dimas que,ainda naquele dia, ele estaria no paraíso, Maria sossegou a mulherchorosa. Mulher, se meu filho diz que seu filho estará com ele, no paraíso,acredite. Meu filho é o filho do Deus altíssimo. Aquela voz, pensou a mãe de Dimas, ela a conhecia. De onde? Onde jáescutara aquele timbre tão doce? E sua memória recuou no tempo, tornando-se a ver em Nazaré. Elafora à fonte buscar água. E quando se aproximava, ouviu o comentário de algumas mulheres.Mantivera-se à distância, meio oculta. É verdade, dizia uma. O filho de Tamar é um ladrão. Furtou a Joãouma funda. Tem certeza? Perguntou outra. E a primeira reafirmou a história, dizendo que João e seu amigo lhehaviam assegurado o furto realizado por Dimas. Como pode Tamar não se dar conta da maldade do filho? Então, uma voz doce, argumentou: Não posso crer que haja tanta maldade no filho de Tamar. Penso quedeve se tratar de uma brincadeira entre os meninos, simplesmente. Uma única voz defendera seu filho. Seu pobre filho. Tamar recorda que fora para casa e perguntara ao filho a respeito daacusação. Ele garantira que não era verdade. Agora, homem feito, ele viera aJerusalém. Prometera à noiva e para sua mãe que iria comprar uma casa paracomeçarem uma vida nova. Tinha negócios importantes que lherenderiam muito dinheiro. E da forma mais cruel, a mãe, que sempre o tivera como homem honestoe trabalhador, o descobrira salteador e condenado à morte. Mas, a voz meiga que o defendera um dia, tentando sufocar a fofoca,estava ali. E o filho dela, o Messias, prometera receber seu filho na outra vida. Tamar enxugou as lágrimas doridas, aproximou-se de Maria e aabraçou, em gratidão. E ficaram ali, as duas mães. Uma era a mãe do Ser mais perfeito quea Terra já conhecera. A outra, a desventurada mãe de um homem equivocado. Mas a dor, a dor em seus corações, era a mesma: a dor da mãe quevê morrer em lenta agonia o filho querido. Pensemos nisso. Redação do Momento Espírita, com base em dados colhidos na palestra Maria de Nazaré, proferida pelo médium Divaldo Pereira Franco. Em 17.05.2010.

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