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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Tempo dos filhos

Tempo dos filhos

As tendências da atualidade falam de qualidade, quando se discute a
questão de educação de filhos e tempo que os pais dedicam a eles.

Em verdade, toda vez que o assunto tempo é tratado, as primeiras
frases que brotam ligeiras das bocas das pessoas é: Não tenho
tempo. A vida é muito corrida. A profissão me exige muito.

Face a tais posicionamentos, natural que o que se sacrifique seja
sempre o tempo com a família.

Afinal, a profissão é importante porque tanto realiza o ser quanto
lhe permite angariar os recursos para o conforto e as necessidades. O
estudo é importante porque permite o progresso da criatura, tanto
quanto é exigido para o aprimoramento técnico.

Dessa forma, resta somente sacrificar o tempo dedicado aos
familiares.

Assim, os filhos crescem sem que percebamos. Possivelmente,
começaremos a notar que os anos passaram quando o filho chegar em
casa com a namorada pela mão para nos apresentá-la.

Como é possível? Ainda ontem usava fraldas e hoje já namora.

Sim, o tempo parece correr. Os anos se somam. O tempo da infância se
vai. Os filhos crescem.

Mas, alguns pais dizem que o importante não é o quanto de horas
permanecemos ao lado dos filhos, mas a qualidade, isto é, o que
fazemos quando estamos com eles.

Face a isso, acreditam que sair no final de semana para um passeio,
um almoço familiar, férias em conjunto sejam suficientes para
suprir a necessidade que têm os pequenos da presença dos pais.

Mas, o filho precisa sentir-se protegido, amparado. Precisa ter a
certeza de que encontrará um ombro amigo, um colo materno, um pai
atencioso para ouvi-lo, quando as dificuldades se apresentarem.

Quando ele se sentir humilhado porque apanhou na escola, quando ele
se sentir derrotado porque perdeu o jogo de futebol, quando ele se
sentir preterido por não ter sido aprovado para atuar na peça
teatral.

Ele precisa ter tempo para contar as suas amarguras e ser ouvido. Ele
precisa de pai e de mãe que o abracem após as horas intermináveis
de estudo às vésperas das provas.

Ele precisa de pai e de mãe que o incentivem a prosseguir, mesmo
quando ele esteja indo mal em uma ou outra matéria.

Ele precisa de pais que estudem com ele, sofram com ele, estejam com
ele.

Como se vê, o que conta não é somente qualidade do que se faz
quando se está com os filhos, mas quantidade também.

Vale meditar sobre tudo isso e iniciar um esforço para estarmos mais
perto, por mais tempo, dos nossos pequenos.

* * *

Cada criança carrega dentro de si um projeto de luz que nós devemos
auxiliar a concretizar.

A criança de agora nos fala da nossa situação amanhã.

Cuidemos dela, estejamos com ela, sabendo lhe dar o espaço para que
cresça, saudável e feliz, segura e tranquila, embalada pelas nossas
orientações amorosas.

Cada criança é um Espírito imortal em recomeço no mundo.
Estejamos com nossos filhos, auxiliando-os a escalar os degraus do
progresso.

Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais

colhidos no cap. 11, do livro Vereda familiar, pelo Espírito

Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.

Em 21.06.2010

Louvar a Deus

Eloim, Yaveh, Jeová, Alá. Força suprema, energia maior, Deus. Não
importa como O denominemos, o sentimento de Deus é inerente à
criatura humana.

Em todos os povos e culturas não se encontrará um sequer onde a
crença em uma força maior inexista.

Houve povos que conceberam Deus como muitos deuses. Confundiram as
obras da Criação e seus fenômenos com o próprio Criador,
denominando-O por diversos nomes.

Outros tantos humanizaram Deus, transferindo-Lhe nossas paixões e
desejos, criando deuses ciumentos, cheios de cobiças, enfim, com
todas as falhas humanas.

Há outros que, apesar de crerem em um Deus único, o veem como
perseguidor, ou como o Deus vingança, o Deus que fica à espreita,
esperando nossos erros para, logo em seguida, imputar suas pesadas
penas.

Alguns, entendendo a mensagem de Jesus, passam a vê-Lo como Pai,
protetor e soberanamente bom e justo.

Nas mais diferentes culturas, as mais diferentes visões de Deus.
Porém, sem exceção, a preocupação do relacionar-se e do louvar a
Deus sempre se mostrou presente.

Porém, há que se perguntar: Qual a melhor maneira de se louvar a
Deus? Como devo eu louvar a Deus? Devo mesmo fazê-lo?

O sentimento de louvor a Deus nasce naturalmente na intimidade da
criatura, quando percebe a grandiosidade do Criador.

Toda vez que olhamos o milagre da vida se desenvolvendo no ventre
materno e nos emocionamos, estamos louvando a Deus.

Se somos capazes de parar o carro, na beira da estrada, somente para
admirar um trigal a esparramar-se com as carícias do vento, será
esse um louvor a Deus.

O arco-íris que nos faz parar um momento, na correria dos nossos
afazeres para admirá-lo, um jardim florido que nos enternece a alma,
o cheiro de chuva que nos faz refletir a respeito da sabedoria da
natureza, são momentos de louvor ao Criador.

Mas é necessário que nosso louvor se estenda além do momento de
enternecimento e admiração. Deve ampliar-se no sentimento de
respeito ao autor da vida e às Suas obras.

Assim estaremos louvando a Deus quando respeitarmos as obras da
Criação, não poluindo rios e mares, não destruindo animais e
plantas.

Louvaremos a Deus, olhando nosso próximo como irmão e assim o
tratando, trocando o olhar de indiferença, com que muitas vezes
cruzamos a multidão, por um olhar de ternura e apreço.

Embora tantos pensem no louvar a Deus como algo etéreo ou místico,
algo interno ou metafísico, o louvar a Deus pode estar nas ações
mais simples do nosso cotidiano.

Quando nossa mente, mergulhada na grandiosidade do amor de Deus,
conseguir percebê-Lo nas pequenas ações de cada dia, louvar a Deus
será sentimento companheiro de nossas almas.

Redação do Momento Espírita.

Em 18.06.2010.

História de uma vida

Tudo começou quando um dia, em minha mãe, num local bem protegido
chamado trompa, dois elementos se encontraram: um de minha mãe, o
óvulo, e outro de meu pai, o espermatozoide. Como dois apaixonados
se aproximaram e se abraçaram tornando-se uma pequenina gota
d'água.

Esse foi o dia mais feliz de minha existência. Recomeçava para mim
a oportunidade do retorno à carne, depois de passar um largo tempo
no mundo espiritual.

Deram-me o nome de ovo. Eu era muito pequenino, muito menor do que um
grão de areia. Iniciei então, uma longa viagem. Empurrado para
diante por algo semelhante a cílios, que desenvolviam movimentos
delicados como os do mar quando beija docemente a praia, indo e
vindo, cheguei enfim a um lugar chamado útero.

Era um lugar macio, quentinho e logo notei não correr perigo. Sem
muito esperar, fui me aninhando, agarrando-me firmemente em uma das
paredes. Já contava com três dias de vida.

Aos poucos fui me cobrindo com uma membrana daquela mesma parede. Aos
9 dias de vida, minha forma era a de um disco e tinha meio milímetro
de diâmetro. Fui crescendo e aos 12 dias de vida já tinha o dobro
do tamanho: um milímetro.

Recebi o nome de embrião. Comodamente instalado, fui formando uma
almofada que se chamava placenta, para que melhor me pudesse
alimentar, retirando do organismo de minha mãe tudo o de que
precisava.

Já estava com quase um mês. A expectativa de minha existência era
muito grande. A ansiedade de minha mãe se transformou em pura
alegria quando os testes deram positivo. Agora era meu pai a querer
saber se eu seria menino ou menina, louro ou morena, de olhos
castanhos ou azuis.

Quando ele perguntou: Como será ele? - fui logo respondendo: Tenho
forma da letra C, e pareço com um cavalo-marinho. Tenho um
centímetro de tamanho.

Não sei se me ouviram mas o que sei é que redobraram cuidados e
recomendações.

Aos dois meses, meu corpinho estava mais reto, minha boca mais
formada, meu nariz começava a aparecer, meus olhos estavam mais
desenvolvidos. Meu tamanho? Quatro centímetros. Meu peso? Cinco
gramas.

Aos três meses já tinha forma de gente... E o tempo foi passando.

Emoção mesmo foi no dia em que mamãe pôde ouvir o meu
coraçãozinho bater. Sentia como se fosse uma mensagem para ela. E
era mesmo. Era meu agradecimento por tudo o que ela fazia e pensava
por mim.

Ela esperava, papai aguardava e eu também. Como seria o nosso
reencontro?

Seis, sete, nove meses. O médico marcou o dia de minha chegada. O
meu enxovalzinho estava pronto e meu bercinho me aguardando. Última
semana de espera.

Hoje me apresentei para toda a família. Que alegria! Meu primeiro
dia de vida, nos braços de minha mãe.

* * *

Os filhos que nos chegam pelas vias da reencarnação são, quase
sempre, personalidades amigas com as quais já vivemos em outras
eras.

Chegam-nos, batendo à porta do coração, a solicitar entrada e
quando lhes permitimos o ingresso no seio da família, se enchem de
felicidade.

Podem ser comparados a aves pequenas que retornam ao ninho, após
exaustivas andanças por outras terras, à procura de carinho,
ternura e abrigo.

Fiquemos atentos e jamais fechemos as portas do nosso amor a esses
pássaros implumes que nos buscam desejando oportunidade para
retornar à vida física.

Redação do Momento Espírita, com base em texto de

Apostila do Grupo de gestantes da União das

Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, 1995.

Disponível no livro Momento Espírita vol 1, ed.Fep.

Em 17.06.2010.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A última bem-aventurança

É muito conhecida a passagem bíblica nominada de Sermão damontanha. Nela, Jesus anuncia as bem-aventuranças. Ele enaltece a conduta dos mansos, dos humildes e dos sedentos dejustiça, dentre outros, afirmando que são bem-aventurados. Entretanto, o Cristo anunciou mais uma bem-aventurança, que costumapassar despercebida. Após Sua ressurreição, Ele apareceu a várias pessoas, mas odiscípulo Tomé não estava entre elas. Ao saber do evento, Tomé afirmou que somente acreditaria se visse ossinais do martírio em Jesus e neles pudesse colocar a mão. A oportunidade não se fez tardar e o Mestre logo lhe apareceu. Após Se mostrar, Jesus sentenciou: Porque me viste, Tomé, creste. Bem-aventurados os que não viram ecreram. É interessante observar que se tratava do momento em que ostestemunhos dos Apóstolos principiariam. Estava finda a época do aprendizado direto junto ao Messias Divino. Ocorre que na luta pela implantação de um ideal nem sempre tudocorre à maravilha. Costuma haver resistências e vários incomodados se fazemadversários da obra. Para perseverar, nos momentos de dificuldade, é preciso ter fé. Sem uma crença firme de que o bem vencerá torna-se fácil desistirno meio do caminho. É necessário crer na efetivação do ideal antes de vê-loconcluído. Feliz de quem possui a força íntima necessária para lutar semesmorecer. De quem acredita no bem, mesmo quando o mal aparentemente vence. Quem precisa ver para crer hesita e desfalece com frequência. Porque a corrupção parece crescer, duvida da vitória final dahonestidade. Porque são muitos os cruéis, acha que a compaixão talvez nuncavença. Se o bem demora a se instalar, acredita que não compensa lutar porele. Bem se vê o quanto a fé é necessária em um projeto de longoprazo. Sem essa certeza das coisas esperadas, a força esmorece e a luta éabandonada. Nesses tempos turbulentos, convém refletir a respeito da firmeza daprópria fé. Acreditar firmemente na vitória do bem ajuda a jamais corromper aprópria essência. Sem essa convicção, pode-se ficar tentado a levar vantagem e a darum jeitinho, em prejuízo da própria dignidade. Ocorre que a dignidade e a fidelidade aos próprios valores sãoextremamente preciosas. Elas propiciam paz de consciência e tornam possível andar decabeça erguida em qualquer ambiente. Bem-aventurado quem crê antes de ver e por isso tem a força deviver e construir o bem. Pense nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. XXI do livro A mensagem do amor imortal, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 15.06.2010.

Nuvens que passam

O dia amanhecera ensolarado. Nos quintais, a criançada se divertia,correndo, rindo esse riso solto de quem sonha venturas. De repente, o vento se fez forte, açoitando a copa das árvores,arrancando-lhes folhas da cabeleira verde e espessa, jogando-as àdistância. Parecia que, de repente, a natureza houvesse enlouquecido e,desgrenhada, uivasse pelas ruas e praças, obrigando os transeuntes aprocurarem abrigo. O céu se cobriu de nuvens escuras, prenunciadoras de chuvas e o diase fez noite, em plena manhã. Depressa se fecharam janelas, se recolheram pertences. Dos céus jorraram águas abundantes, fustigadas pela ventania, queas arremessava, com força inclemente, contra as casas, os muros, asgrandes árvores. Foram somente alguns minutos. Depois, os relâmpagos se apagaram e achuva parou. Uma grande quietude invadiu a natureza. A ramagem verde sacudiu asúltimas gotas d´agua, o vento bocejou cansado, recolhendo-se. Algumas horas passadas e o sol voltou a sorrir raios de calor e luz. Quem olhasse para o céu iluminado, dificilmente acreditaria que hápouco a borrasca se fizera violenta. * * * Assim também é na vida. Os momentos de lutas e de bonança se alternam. Quando o sofrimento chega, em forma de enfermidade, solidão,desemprego, morte dos afetos mais chegados tamanha é a dor, quedeixa em frangalhos o coração. Acreditas que não haverá mais esperança, nem amanhã, nemalegrias. Nunca mais. Tudo é sombrio. As horas, os dias, os meses se arrastam pesados. Aimpressão que tens é que nada, jamais, porá fim ao fustigar dasdores. Contudo, tudo passa como a chuva rápida do verão, logo substituídapelos raios do sol. E transcorrido algum tempo, ao lembrares daquele período de dores,dirás a ti mesmo: Meu Deus, nem acredito que passei por tudo aquilo.Até parece um sonho distante. Porque tudo passa na vida, porque tudo é transitório, passageiro,não percas a esperança. O que hoje é, amanhã poderá ter feição diferente, deixar de ser. Acima de tudo, recorda que o amor de Deus te sustenta a vida e nãohá, no Universo, força maior do que a presença de Deus atuandofavoravelmente. Dessa forma, quando a inclemência das dores te fustigarem a alma,recolhe-te à meditação e ouvirás o pulsar do Cosmo. No silêncio identificarás as vozes da Imortalidade te falando aosouvidos da alma, dizendo-te da vitória que haverás de alcançar. Refugiando-te na oração, dialogarás com Deus, com a intimidade dofilho ao pai ou ao coração de mãe. Não entregues a batalha a meio. Prossegue. Embora as nuvenscarregadas de dissabores que possam te envolver, lembra que logomais, amanhã, outro dia, em algum momento, o sol voltará a brilhar. Sol em tua alma, em tua vida. Pensa nisso e aguarda um tanto mais,antes de te entregares à desesperança. Deus tem certeza do teu triunfo e da conquista plena de ti mesmo. Confia nEle. Redação do Momento Espírita. Em 16.06.2010.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Missão: paternidade

Ser pai é missão com que o Senhor da vida brinda o homem,abençoando a sua masculinidade, homenageando a sua funçãococriadora, ao lado da mulher, que se faz mãe, pelos vínculoscarnais. Ser pai é ser protetor, guardião, amigo. Desde tempos muitoantigos, essa figura foi tida como importante na formação dosfilhos. Remonta, há mais de 4 mil anos, um cartão escrito em argila,encontrado na Mesopotâmia, no qual um jovem de nome Elmesuhomenageia seu pai, formulando votos de sorte, saúde e vida longa. Possivelmente, revivendo aquele gesto, no ano de 1909, Sonora Luise,na cidade de Spokane, nos Estados Unidos, motivada pela admiraçãopor seu genitor, decidiu homenageá-lo e criou o Dia dos pais. Não demorou muito para que outras cidades norte-americanas seinteressassem pela data que, no ano de 1972, foi oficializada comofesta nacional, pelo presidente Richard Nixon. A comemoração naquele país ocorre no terceiro domingo do mês dejunho, enquanto no Brasil passou a ser celebrada no segundo domingode agosto. Atribui-se o seu surgimento ao publicitário Silvio Bhering e aprimeira comemoração se deu no dia 14 de agosto de 1953, datadedicada, segundo a tradição católica, a São Joaquim, patriarcada família. Ter um dia para receber homenagens é sempre grato ao coração dequem ama. Momento especial, ao demais, para pensar e repensar arespeito dessa importante missão. Nos dias em que se vive a tormenta dos vícios, do tóxico, emparticular, que destroça a criança, ainda nas primeirasexperiências infantis, é de nos questionarmos o que, na qualidadede pais, temos feito. Verdade que há uma grande preocupação com a manutençãodoméstica e por vezes, o cansaço nos toma as forças. Contudo, a presença paterna é imprescindível, ao lado da materna,no sentido de educar a prole, acompanhar o passo dos pequenos e dosmocinhos. Fazer-se presente é preciso. Olhar nos olhos dos filhos para lhessentir as realidades íntimas, por essas janelas da alma. Renunciar a um lazer para estar com eles. Verificar seus compromissosescolares, participar de uma ou outra atividade social, a fim de queeles se sintam apoiados por sua presença. Dialogar com os filhos, ouvindo-lhes as opiniões sobre a vida, aspessoas, os fatos, cooperando no esclarecimento de equívocos,auxiliando-os a caminhar pelas vias do discernimento. * * * Com certeza, pai amoroso que você é, ama seus filhos. Contudo, nãoesqueça que o amor deve ser vigilante e perspicaz, para que, em seunome, não se instale a insensatez e a sombra se estabeleça. Pense nisso e dê o melhor de si a esses rebentos, filhos de Deus,confiados aos seus cuidados pelo Pai excelso de todos nós. Pense: esta é a sua missão na qualidade de pai. Redação do Momento Espírita, com base em informações colhidas no boletim SEI nº 2160, de 22.08.2009 e no cap. 30 do livro Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter. Em 01.03.2010.

A volta

Foi durante a limpeza do quintal. O pai, Bruce, juntava as folhas como ancinho, recolhia os galhos quebrados pelo furacão da véspera. Então, olhou para o filho e teve um impulso de abraçá-lo. Ele o levantou, o beijou e lhe disse como se sentia feliz em tê-locomo filho. A resposta do menino de apenas 4 anos o desconcertou: Foi por isso que escolhi você. Eu sabia que você seria um bompapai. Bruce ficou atônito e pediu que o menino repetisse o que dissera. É isso: quando encontrei você e mamãe, tive certeza que vocêseria bom para mim. Aquilo estava ficando intrigante. Como assim nos encontrar? Onde você nos encontrou? No Havaí. O pai sorriu e esclareceu que os três tinham estado no Havaí no anoanterior. Mas o garoto replicou: Não foi quando todos fomos ao Havaí. Foi quando você foi sozinhocom mamãe. E continuou, acrescentando detalhes: Encontrei vocês no grande hotel cor-de-rosa. Vocês estavam napraia, de noite, jantando. Realmente, Bruce e a esposa tinham estado no Havaí em 1997, paracomemorar seu quinto aniversário de casamento. Tinham se hospedado num hotel de cor rosa, na praia de Waikiki. Etinham jantado ao luar, na praia, na última noite de sua estada. Cinco semanas depois, a esposa descobrira estar grávida. O filho descrevera tudo com perfeição. Como poderia saber? Aquele não era um assunto que os paiscomentassem, não com aqueles detalhes. * * * O fato não é isolado e acontece com muitas crianças quesurpreendem os pais com informações de um tempo que antecede o seunascimento. Não é raro, o garotinho olhar para a mãe e dizer: Quando eu eragrande, carreguei você no colo. Quando eu morava na outra casa, eu tinha muitas joias. E um carromuito bonito. Eu sempre viajava nele porque ele era confortável egrande. Ou a menina olha o álbum de fotografias antigas e, de repente,apontando para uma foto de sua avó, ou bisavó ou tia-avó, exclama: Olha eu aqui! Nossa, eu era bonita, né? Tais discursos partem de pirralhos, de crianças pequenas, de formaespontânea. E, da mesma forma que assim se expressam, deixando boquiabertos osque os ouvem, retornam aos interesses da idade e às falas própriasda infância. É como se um flash acendesse na memória, detonando uma lembrança,que é expressa com espontaneidade. Tais fatos confirmam o que ensina a Doutrina Espírita. Vivemosmuitas vezes. E escolhemos nossos pais, antes de renascer, por questões afetivas,de aprendizado ou alguma necessidade específica. Pais e filhos não somos Espíritos estranhos uns aos outros. Somosviajores do tempo, através das muitas vidas, no rumo do grande bem. Redação do Momento Espírita, com base em dados colhidos no livro A volta, de Bruce e Andréa Leininger com Ken Gross, ed. Best Seller.

Transitoriedade

Em face das preocupações que te ocupam a tela mental, levando-te ainquietações desnecessárias, seria válido que fizesses umaavaliação em torno de teu comportamento. Convidamos a uma rápida análise de fatos ocorridos em tuaexistência. Retorna, psiquicamente, há apenas cinco anos, no teu passado recentee procura recordar as aflições que então te maceravam a alma. Enfermidades que te minavam o organismo, ameaçando-te a existênciafísica; problemas de sentimento emocional que te entristeciam;solidão amarga em que te refugiavas; incertezas no trabalho que teoferecia recursos para uma vida honrada; expectativa em torno demetas que pareciam tardar; abandono de amigos que se apresentavamcomo irmãos... Mudemos a tônica das lembranças. Talvez estivesses cercado pela ternura de afetos que te afirmavam serde natureza eterna; possuías saúde e equilíbrio orgânicoinvejáveis; quem sabe tivesses motivações emocionais paraavançar; independência econômica, segurança no trabalho,bem-estar social e harmonia doméstica. Cinco anos. Em apenas cinco anos, observa quantas mudanças ocorreramno trânsito das tuas horas. As enfermidades ameaçadoras partiram, os males desapareceram, otrabalho se te afirmou ideal, novos amigos vieram ter contigo... Surgiram metas promissoras e não poderias supor, naquela ocasiãoque, em determinado momento futuro, te encontrarias fortalecido ealegre, considerando os problemas então vigentes. Cinco anos... Provavelmente, o afeto que acariciavas saiu do teu lado, deixando-teem aflição; a saúde bateu em retirada, os sentimentos ficaram emtranstorno... O ganha-pão tornou-se-te lugar de sofrimento; os recursos de quedispunhas mudaram de mãos; a convivência social modificou-se emrelação às pessoas... E ainda, o lar, que parecia tão bem estruturado, encontra-se emfrangalhos... Essas ocorrências tiveram lugar em somente sessenta meses! * * * A existência humana é transitória e cheia de surpresas. O que parece duradouro, torna-se de rápida permanência. A segurança diminui ou a intranquilidade asserena-se. Tudo está em constante modificação. O importante é saber como conduzir-se nas múltiplas etapas em que avida se manifesta. Ninguém se encontra, na Terra, em regime de exceção, portanto, semocorrências inesperadas, tanto boas quanto más, alegres quantoaflitivas. Sendo um planeta de provações e de expiações, a transitoriedadeé a sua marca. O que é muito bom, porque, da mesma forma que as questões gentis efelizes alteram-se, também aquelas de natureza destrutiva,angustiante, cedem lugar a outras mais amenas e confortadoras. Não fosse assim, e ninguém suportaria a presença do sofrimento semconsolo, nem esperança. Desse modo, nunca te permitas perturbar por acontecimentos que fazemparte do teu currículo evolutivo, já que tudo ocorre de acordo coma programação básica mais útil à tua libertação espiritual. Nos momentos bons, carreguemos as forças, o ânimo. Nos momentospesarosos, aprendamos, reflitamos e, em todos eles, continuemoscrescendo para Deus. Redação do Momento Espírita com base no cap. 28, do livro O amor como solução, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 16.03.2010.

Normose

A palavra normose foi criada na França pelo escritor e conferencistaJean-Ives Leloup para designar, em síntese, essa forma decomportamento visto como normal mas que, na realidade, não énormal. Transportando esse conceito para observação da sociedade atualverificamos que as pessoas se pautam por padrões estabelecidos poralguém ou um grupo, em algum momento. Por exemplo, segundo padrões da moda atual, ser normal é ser magroe bonito. Para isso, vale dieta e, a cada dia surge uma diferente, ditada poressa ou aquela celebridade que afirma ter conseguido o peso ideal emum tempo mínimo. Para alcançar as medidas ideais da dita normalidade vale afrequência a academias, com rigorosos exercícios físicos,massagens e tudo o mais que possa permitir atingir o idealizado. E depois vêm as cirurgias para modificar tudo que seja possívelalterar. Não escapam os dentes, que devem ser perfeitos e brancos e, paraisso, submetem-se as pessoas a aplicações de laser, porcelana e oque mais seja necessário. Não importa se algo faz mal à saúde. O importante é ser normalque inclui, ao demais, estar sempre na moda, vestir a roupa domomento, custe o que custar. Gastam-se verdadeiras fortunas com cabeleireiros, maquiagem, produtosde beleza. Porque não se pode perder festa alguma. Nem evento importante. Issologo nos desqualificaria como um ser normal. Naturalmente, é louvável o cuidado com o corpo, a atenção aoparecer bem, à elegância. Faz parte da evolução da criaturacultivar o belo, o bom. Mas daí aos exageros, aos excessos vai uma distância que prima pelainsensatez. Gasta-se o que não se tem, finge-se o que não se é. Tudo paraparecer normal... Como os demais. Que padrão de normalidade, afinal, estamos elegendo? Algo totalmentefísico, exterior, passageiro em detrimento de valores reais? Será isso que desejamos para os nossos filhos, a Humanidade doamanhã? Desejaremos uma Humanidade de pessoas esquálidas, bulímicas,estressadas e vazias de conteúdo? Cabe-nos pensar um pouco, antes que nossos filhos, por não atenderemaos padrões ditados por alguns se lancem no fundo poço dadepressão, perdendo as oportunidades de progresso nesta vida. Estamos na Terra para angariar sabedoria, ilustrar a mente,dulcificar o coração, ascender à perfeição. A mente se ilustra com estudo, reflexão, esforço. O coração sedulcifica no exercício do bem ao próximo, entendendo que asdiferenças existem para permitir realce à verdadeira beleza. Invistamos nisso. E, em vez de nos esgotarmos em horas e mais horasde trabalho para conseguir mais dinheiro para atender a necessidadestolas, reservemos tempo para conviver com a família, com os amigos. Reservemos tempo para leituras, alimentando as ideias; para areflexão, a fim de nos enriquecermos interiormente. Tempo para olhar o nascer do sol e seu desaparecer no poente, paraouvir a sinfonia da chuva em dias quentes, o agradecimento da terrapela água que sorve, com sofreguidão. Tempo para amar, para viver, para ser um humano de valor, para serfeliz. Pensemos nisso. Redação do Momento Espírita Em 18.03.2010.

A paz em você

A palavra paz costuma estar nos discursos de todas as pessoas. Seja o político influente, o religioso, a mãe de família, opatrão ou o empregado, todos afirmam desejar a paz. Contudo, é comum a percepção de que a paz é algo que se produz noexterior e por obra de outros. Deseja-se a paz à custa de atos alheios. Se ela não se faz presente, entende-se que a culpa é de terceiros. Culpa-se o governo pelos estrépitos das ruas. Culpam-se os políticos pela cultura de desonestidade que prejudica atranquilidade. Sempre são os outros os responsáveis. Entretanto, toda realização legítima e duradoura começa noindivíduo. As ideias surgem nas mentes de alguns, alastram-se, convertem-se ematos e gradualmente tomam corpo no meio social. Toda conquista positiva perfaz esse caminho para se converter deideia de poucos em realidade de muitos. Com a paz não pode ser diferente. Mas, em relação a ela, ainda há uma peculiaridade. A genuína pacificação se opera no íntimo do ser. O exterior tumultuado pode constituir um desafio à preservação daharmonia interior. Ocorre que o silêncio do mundo não induz à paz interna. Em geral, quem tem a consciência pesada busca se agitar bastante, afim de não se deter na própria realidade. Como algo interno, a paz legítima é uma construção pessoal eintransferível. Ninguém se pacifica à custa do semelhante. Um ser iluminado pode dar exemplos, conselhos e lições. Contudo, pacificar-se é um processo de dignificação, que só opróprio interessado pode realizar. Ele pressupõe a compreensão de que atos indignos sempre têmtristes consequências. Ninguém adquire plenitude interior sem agir com dignidade e semdominar seus pensamentos e sentimentos. A entrega ao crepitar das paixões apenas complica a existência. Os gozos mundanos são momentâneos, ao passo que a lembrança do quese fez dura bastante. Não há como viver em paz e desfrutar de vantagens indevidas,prejudicar os semelhantes e fazer o que a consciência reprova. O requisito básico da paz é a tranquilidade de consciência. Para isso, é preciso tornar-se senhor da própria vontade. Hábitos de longa data não somem em um repente. Enquanto eles são dominados, a vontade precisa ser firme. Para não viver torturado por desejos ilícitos, também se impõedeter o olhar no que de belo há no mundo. Sem angústia, mas com a firme intenção de corrigir-se aos poucos,direcionar a própria atenção e o próprio querer para atividadesdignas. Devagar, surge o prazer de ser trabalhador, digno e bondoso. Como resultado, faz-se a paz no íntimo do ser. Pense nisso. Redação do Momento Espírita. Em 19.03.2010.

A paz em você

A palavra paz costuma estar nos discursos de todas as pessoas. Seja o político influente, o religioso, a mãe de família, opatrão ou o empregado, todos afirmam desejar a paz. Contudo, é comum a percepção de que a paz é algo que se produz noexterior e por obra de outros. Deseja-se a paz à custa de atos alheios. Se ela não se faz presente, entende-se que a culpa é de terceiros. Culpa-se o governo pelos estrépitos das ruas. Culpam-se os políticos pela cultura de desonestidade que prejudica atranquilidade. Sempre são os outros os responsáveis. Entretanto, toda realização legítima e duradoura começa noindivíduo. As ideias surgem nas mentes de alguns, alastram-se, convertem-se ematos e gradualmente tomam corpo no meio social. Toda conquista positiva perfaz esse caminho para se converter deideia de poucos em realidade de muitos. Com a paz não pode ser diferente. Mas, em relação a ela, ainda há uma peculiaridade. A genuína pacificação se opera no íntimo do ser. O exterior tumultuado pode constituir um desafio à preservação daharmonia interior. Ocorre que o silêncio do mundo não induz à paz interna. Em geral, quem tem a consciência pesada busca se agitar bastante, afim de não se deter na própria realidade. Como algo interno, a paz legítima é uma construção pessoal eintransferível. Ninguém se pacifica à custa do semelhante. Um ser iluminado pode dar exemplos, conselhos e lições. Contudo, pacificar-se é um processo de dignificação, que só opróprio interessado pode realizar. Ele pressupõe a compreensão de que atos indignos sempre têmtristes consequências. Ninguém adquire plenitude interior sem agir com dignidade e semdominar seus pensamentos e sentimentos. A entrega ao crepitar das paixões apenas complica a existência. Os gozos mundanos são momentâneos, ao passo que a lembrança do quese fez dura bastante. Não há como viver em paz e desfrutar de vantagens indevidas,prejudicar os semelhantes e fazer o que a consciência reprova. O requisito básico da paz é a tranquilidade de consciência. Para isso, é preciso tornar-se senhor da própria vontade. Hábitos de longa data não somem em um repente. Enquanto eles são dominados, a vontade precisa ser firme. Para não viver torturado por desejos ilícitos, também se impõedeter o olhar no que de belo há no mundo. Sem angústia, mas com a firme intenção de corrigir-se aos poucos,direcionar a própria atenção e o próprio querer para atividadesdignas. Devagar, surge o prazer de ser trabalhador, digno e bondoso. Como resultado, faz-se a paz no íntimo do ser. Pense nisso. Redação do Momento Espírita. Em 19.03.2010.

Você é insubstituível

Quantas vezes você já ouviu a frase: Ninguém é insubstituível? Pensando bem, ninguém é insubstituível, no sentido de que todos osseres humanos somos transitórios. Hoje estamos aqui e amanhã poderemos não mais estar. E, a qualquermomento, poderemos ser substituídos no cargo que ocupamos, narealização da tarefa que nos devotamos. E essa é uma realidade de muitas instituições, onde as pessoassão descartadas, por qualquer motivo ou motivo algum. Contudo, ao se repensar bem a frase, percebemos que ela éinverídica sob variados aspectos. Basta se faça um passeio pela História da Humanidade e logodescobriremos pessoas que fizeram a grande diferença no mundo. No campo de arte, recordemos de Beethoven. Ele morreu em 1827. Quem osubstituiu? Embora tantos músicos depois dele, ninguém compôs sinfonias comoele o fez. Nunca mais houve outra Sonata ao luar. Ele foi único. E ouvindo assuas sonatas, seus concertos quem recorda que ele era surdo? Único e insubstituível também foi Gandhi, o líder pacifista eprincipal personalidade da Independência da Índia. Quem ensinou a não violência como ele o fez? Quem, depois deleliderou uma marcha para o mar, por mais de 320 quilômetros paraprotestar contra um imposto? Quem conseguiu a independência de um país da forma que ele o fez? E que se falar de Martin Luther King Junior? Depois dele, alguémteve um sonho que custasse a própria vida? Um sonho em que os filhos de antigos escravos e os filhos de antigosproprietários de escravos se sentassem à mesa da fraternidade. Um sonho de que os homens não fossem julgados pela cor da sua pele,mas pela qualidade do seu caráter. Ele morreu em 1968. Quem o substituiu? Quem substituiu Madre Teresa de Calcutá, com seu amor, seu bomsenso, sua capacidade de entender a necessitada alma humana? Quem substituirá o colo de mãe ao filho pequeno? Quem poderá substituir o abraço da amada que partiu, do filho, doesposo que realizou a grande viagem? Tudo isso nos leva a pensar que cada pessoa tem um talento especial,uma forma de ser particular e, com isso, marca sua passagem por ondepassa. Outros virão e tomarão seu lugar, realizarão suas tarefas,dispensarão amor, farão discursos importantes, mas ninguém comoela mesma. Um órfão encontrará amparo e ternura em amorosos braços, o esposopoderá tornar a se casar mas nunca será uma substituição. A outra pessoa tem outros valores, outros talentos, outra forma deser. Pensemos, pois, que, de verdade, cada um de nós onde está, com quemestá, é insubstituível. O que cada um de nós realiza, a ternura que oferece, a amizade quedispensa, o carinho que exprime é único. Isso porque somos Criação Divina inigualável. Criados à imagem e semelhança do Criador, com nuances especiais,conquistadas ao longo das eras e que se expressam no sentir, no agir,no falar. Pensemos nisso e, em nossa vida, valorizemos mais as qualidades dosamigos, familiares, colegas, conhecidos, tendo em mente que cada umdeles é insubstituível. E valorizemo-nos porque também somos insubstituíveis no coraçãodas pessoas e no mundo. Redação do Momento Espírita. Em 22.03.2010.

Tarefas

As grandes almas, às vezes, renascem para desempenhar na Terramissões gloriosas. Seus feitos encantam e servem de inspiração para todos. Semeiam a paz e amparam os desgraçados, em larga escala. Contudo, por imperfeito que ainda se apresente, todo homem tem umafunção pessoal e intransferível nas engrenagens do mundo. Assim, não se afirme à margem da vida e nem se considere inútil. Também evite alegar impedimento para desertar da atividade que avida lhe reservou. Antes de protestar sua pouca importância, repare nas lições quevertem, silenciosas, do livro da natureza. Imagine se os vermes parassem de trabalhar, por se reconhecereminsignificantes. O solo ficaria ressecado e perderia a fecundidade, tornando-seincapaz de solucionar os problemas humanos. Cogite se as sementes invejassem a posição das árvores maduras egenerosas que lhes presidem a espécie. Caso elas desistissem de seu esforço obscuro na germinação e nocrescimento, em pouco tempo a esterilidade anularia os recursos daterra. Suponha que as papoulas deixassem de produzir em atitude de revoltacontra aqueles que lhes deturpam a essência nos mercados do ópio. Deixaria de haver alívio para as dores de incontáveis enfermosdesesperados. Pense se as fontes singelas fugissem de sustentar os grandes rios eas formidáveis represas, a pretexto de serem humildes em excesso. Haveria prejuízo geral, com falta de preciosa energia com que ahumanidade conta. Com a mente nessas lúdicas imagens, reflita seriamente sobre a suaposição no mundo. Honre o posto de ação em que foi localizado, por singelo que elelhe pareça. Diante da Lei Divina, não há ocupação útil aviltante. As mãos que assinam decretos não vivem sem aquelas outras quepreparam a mesa. Os braços que conduzem arados são apoios dos que movem máquinaspoderosas. O suor na indústria verte para sustento e conforto de todos. O asseio na rua é proteção à comunidade. Por gloriosa que pareça a posição de determinado homem, elenecessita do apoio de incontáveis outros, mais humildes. O bem é sempre resultado do esforço geral. O relevante é saber se tornar útil, com os recursos que se possui. Não compensa invejar as facilidades alheias e com isso tombar naociosidade. Por pequenos que pareçam seus talentos, movimente-os no bem. Se suas tarefas se afiguram singelas, honre-as ainda assim. Não se ocupe em colecionar rótulos passageiros, sem utilizaçãoproveitosa e digna. Também não se atrapalhe ao assumir muitos compromissos ao mesmotempo. Importa, acima de tudo, fazer bem o que se deve fazer. Pense nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. LXXVIII do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 24.03.2010.

Um homem bom

Em O Evangelho segundo o Espiritismo encontramos a informação deque os homens de bem ignoram que são virtuosos. Eles deixam-se ir ao sabor de suas aspirações e praticam o bem comdesinteresse completo e inteiro esquecimento de si mesmos. Pessoas assim existem muitas espalhadas por esse imenso mundo deDeus. Em todas as épocas, em todas as nações. Longe, muito longe. E bem perto de nós. Por isso, prestemosatenção para não perdermos a chance de nos mirarmos em seuexemplo. Assim era com Hans. Um pintor de paredes no século XX. Um homemsimples que morava numa rua pobre, perto de Munique, na Alemanha. Ele fora convocado para a Primeira Guerra Mundial. E voltara paracasa, ileso. Agora, a Segunda Guerra Mundial batia às portas e apertava o cerco acada dia. Como uma megera que avançasse, penosamente se movimentando,entre as brumas do medo e da insegurança. Quando a perseguição aos judeus se estabeleceu, ele perdeu muitosclientes. Afinal, os judeus tinham posses e, até há pouco, eramseus melhores clientes. Agora, eles eram os indesejados sobre a face da Terra. Ao menosnaquele pedaço de terra governado pela loucura daqueles dias. Então, veio o aviso de que as bombas estavam chegando sempre maispróximas. Havia quem não acreditasse que aquela cidadezinha dosarredores de Munique pudesse constituir um alvo. Mas os abrigos foram marcados e as janelas tinham que passar peloprocesso de escurecimento para as horas noturnas. Para Hans, foi uma oportunidade de trabalho. As pessoas tinhamvenezianas que precisavam ser pintadas. De preto. Verdade que a tinta logo se esgotou. Mas ele pegou pó de carvão efoi misturando. Foram muitas as casas de todas as regiões deMolching das quais ele confiscou dos olhos inimigos a luz dasjanelas. Muitas vezes, na volta para casa, mulheres que nada tinham além defilhos e miséria, corriam para ele e imploravam que pintasse suasjanelas. Ele poderia sugerir que elas utilizassem cobertores para pendurar nasjanelas. No entanto, sabia que eles seriam necessários quando chegasse oinverno. Desculpe, não me sobrou tinta preta. – Dizia ele. Amanhã bemcedo. – Marcava. E lá estava ele, na manhã seguinte, pintando as tais janelas. Pornada. Ou por um biscoito e uma xícara de chá quente. Por vezes, uma conversa, no degrau da frente desta ou daquela casa. Eo riso se erguia da conversa, antes de partir para o trabalhoseguinte. Um homem bom. Pobre, servia a quem mais pobre fosse. E servia comalegria. A bondade é assim: espalha a sua graça, deixa as suas benesses,enquanto o doador segue adiante, para continuar a distribuí-la amãos cheias. Redação do Momento Espírita, com base no item 8 do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb e na pt. 7 do livro A menina que roubava livros, de Markus Zusak, ed. Intrínseca. Em 26.03.2010.

Maturidade espiritual

Durante a infância, o ser humano experiencia a fase do egocentrismo.Acredita que o mundo gira em torno dele próprio. A criança espera que tudo seja do jeito que gosta. Acredita ter direito ao melhor presente, à comida preferida e exigea atenção da família toda para si. É possível estabelecer uma comparação entre essa fase natural daevolução física e a evolução espiritual. Afinal, homens são Espíritos que temporariamente vestem um corpo decarne. Enquanto um homem tem a atenção focada em seus prazeres enecessidades, ele está na infância espiritual. Por mais antigo que seja, ainda não atingiu a maturidade. Considera absolutamente necessário defender seu espaço e fazervaler suas prerrogativas. Como uma criança, entende ser justo o que o beneficia. Assim é o discurso infantil a respeito da justiça. Qualquer pequeno dever é injusto. A mínima contrariedade representa opressão. Já as vantagens todas, por grandes que sejam, são naturais. A maturidade espiritual revela-se por uma diferente compreensão dojusto. O olhar já não está todo em vantagens e desejos. Não há mais a percepção de que o mundo precisa atender todas assuas necessidades. Gradualmente, o homem compreende que o direito nasce do dever bemcumprido. Ele também entende que a vida em sociedade pressupõe renúncia. Não é possível que todos realizem as próprias fantasias. Se isso ocorresse, haveria o caos. Há necessidade de limites e de concessões para a harmonia social. O homem maduro aprende a prestar atenção nos direitos dos outros,pois o ideal do justo já despertou nele. Sabe que a justiça é uma arte que implica dar a cada um aquilo queé seu. Por isso, não avança no patrimônio do semelhante. Não quer vantagens inapropriadas e nem aceita privilégios que osdemais não podem ter. Compreende que a família do próximo é tão respeitável quanto adele. Sabe que o patrimônio público é sagrado, pois voltado aoatendimento das necessidades coletivas. Respeita profundamente a honra e as construções afetivas dosoutros. Seu senso ético não lhe permite baixezas, razão pela qual tambémtem a própria honra em grande conta. O espetáculo das misérias humanas revela o quanto ainda sãoimaturas as criaturas, sob o prisma espiritual. Entretanto, todas serão conduzidas à maturidade, pelos meiosinfalíveis de que a vida dispõe. Cedo ou tarde, compreenderão quão pouco adianta amealhar bens eposições à custa da própria dignidade. Quem se permite baixezas tem um despertar terrível, após a morte docorpo. Assimila que, na cata de vantagens, se tornou um mendigo naverdadeira vida. Percebe que sacrificou o permanente pelo transitório e perdeu tempo,pois terá de recomeçar o aprendizado. Pense nisso. Redação do Momento Espírita. Em 30.03.2010.

Vida religiosa

Religião significa religamento, religar, reunir a alma ao seuCriador. Esse é o sentido de religião que vem do latim religare. A vida religiosa decorre desse sentimento religioso. Dessa forma, não somos religiosos porque frequentamos um temploreligioso ou porque tenhamos um rótulo de religião. Tampouco porque pratiquemos esse ou aquele ritual no campo dacrença. Somos religiosos pelo estilo de vida que levamos na Terra. Por isso, muito importante verificar como é a nossa vida religiosa. Será que a nossa religião nos leva a vivenciar no dia-a-dia, nocotidiano, as coisas mais importantes para a nossa vida na Terra? A vivência religiosa é um modus operandi, é um modo de ser dianteda existência. Existem indivíduos que se afirmam materialistas, ateístas mas vivemcom determinada dignidade, numa linha de respeito ao semelhante, deamor ao próximo, de respeito às leis que, certamente, podemosgarantir que eles têm uma vida religiosa de alto nível. São materialistas mas não usurpam nada de ninguém. São incapazesde tripudiar sobre a ignorância ou a necessidade alheia. Isso quer dizer que vivência religiosa, em essência, nada tem a vercom o ritual externo que chamamos de crença. Essa vivência, para ser realmente religiosa, tem que se desenvolverde tal modo que nos conduza à religação com Deus, à ligação denovo com o Criador. Deve nos levar à maturidade. Exige de nós reflexão e essareflexão vai nos ajudando no processo do amadurecimento a fim de quesejamos, na condição de religiosos, pessoas alegres. Alegria não significa viver sorrindo o tempo todo. Alegria é esseestado íntimo de saber-se representante do bem, de admitir que estáfazendo aquilo para o que renasceu, cumprindo a vontade de Deus nomundo. Cada vez que saímos de casa para trabalhar com disposição, comcoragem - isso é motivo de alegria. Quando levantamos pela manhã e beijamos nossos filhos, nosdespedimos dos esposos - isso é motivo de alegria. A vida religiosa deixa de ser a vida do templo e passa a ser a vidana vida, a nossa incorporação às Leis de Deus, nosso ajustamentoà vida da sociedade, cumprindo as leis, cumprindo os nossos deveres,pagando nossos impostos, na certeza de que a religião existe para nosensinar a viver no mundo. A nossa vivência na Terra é um desafio e a vivência religiosa nosleva a ser pessoas dinâmicas, joviais, mas compenetradas. Ao lado da nossa alegria, do nosso esporte, do nosso lazer, da nossaarte, sabermos que o que façamos vai alcançar outros corações,vai fermentar em outras almas, vai germinar em outros territóriosemocionais. Então, temos responsabilidades com tudo quanto dizemos, fazemos,brincamos, sorrimos, com tudo quanto cantamos, com tudo quantogozamos. A vida religiosa é esse mundo interno que abrimos para o mundoexterno. Lembremos Jesus Cristo que estabeleceu que a boca fala daquilo queestá cheio o coração. Pensemos nisso. Redação do Momento Espírita, com base no Programa televisivo Vida e valores - Vida religiosa, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Em 01.04.2010.

Paciência antes da crise

O homem moderno tem urgente necessidade de cultivar a paciência, nacondição de medicamento preventivo contra inúmeros males que oespreitam. De certo modo, vitimado pelas circunstâncias da vida ativa em que seencontra, sofre desgaste contínuo que o leva, não raro, a estadosneuróticos e agressivos ou a depressões que o aniquilam. A paciência é-lhe reserva de ânimo para enfrentar as situaçõesmais difíceis sem perder o equilíbrio. A paciência é uma virtude que deve ser cultivada e cuja forçasomente pode ser medida, quando submetida ao teste que a desafia, emforma de problema. O atropelo do trânsito; a agitação geral; a competiçãodesenfreada; o desrespeito aos espaços individuais; a compressãodas horas... Além disso, as limitações financeiras; os conflitos emocionais; asfrustrações e outros fatores decorrentes do modo de vida ditomoderno e do relacionamento social, levam o homem a desequilíbriosque a paciência pode evitar. Exercitando-a nas pequenas ocorrências, sem permitir-se airritação ou o agastamento, adquirirá força e enfrentará comêxito as situações mais graves. Todas as criaturas em trânsito pelo mundo são vítimas de ciladasintencionais ou não. Manter-se atento e saber enfrentá-las com cuidado é a única formade superá-las com êxito. * * * Se te sentes provocado pelos insultos que te dirigem, atua comserenidade e segue adiante. Se erraste em alguma situação que te surpreendeu, retorna ao pontoinicial e corrige o equívoco. Se te sentes injustiçado, reexamina o motivo e disputa a honra denão desanimar. Se a agressão de alguma forma te ofende, guarda a calma e a verásdesmoronar-se. A convivência com as criaturas é o grande desafio da evoluçãoporque resulta, de um lado, da situação moral deles, e de outro, doseu estado emocional. O amor ao próximo, no entanto, só é legítimo quando não sedesgasta nem se converte em motivo de censura ou queixa, em relaçãoàs pessoas com quem se convive. É fácil amar e respeitar aqueles que vivem fisicamente distantes. O verdadeiro amor é o que se relaciona sempre bem com as demaiscriaturas. * * * Você já se propôs ser mais paciente? Já colocou isso como meta navida alguma vez? É importante ter metas claras. É importante dizer a si mesmo: Estoumais paciente agora. Não vou deixar que isto ou aquilo me abale comfacilidade. Começamos assim um processo de autopreservação, deautomonitoramento e, toda vez que uma situação crítica seapresentar, poderemos voltar a dizer: Não vou deixar que isto metire do sério. Cada um poderá desenvolver seu método, sua forma de atuar, porém aessência deste trabalho está em começar já, imediatamente. Quem antes inicia, antes colhe os benefícios. Redação do Momento Espírita com base no cap. 10, do livro Alegria de viver, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 06.04.2010.

A fé e o dever

A fé em Deus é imensamente comum. Embora sob distintas denominações e formas, a imensa maioria doshomens afirma crer na Divindade. Contudo, seu agir e seu sentir nem sempre espelham essa crença. Deus é a Suprema e Soberana Inteligência, ilimitado em Seus poderese virtudes. Ele é infinitamente poderoso, sábio, justo e bondoso. Saber que a Divindade está no controle de tudo possui o condão demodificar a percepção de prioridades das criaturas. Como a Justiça Divina é perfeita e impera no Universo, cada qualvive o que necessita e merece. Assim, não é necessário passar a existência na intransigentedefesa do próprio espaço. Sem dúvida, não é viável ser ingênuo ou preguiçoso e deixar decuidar de si. Apenas não é necessário angustiar-se pelas contingências da vida. Quem crê em Deus tem condições de desenvolver tranquilidadeinterior. Afinal, é convicto de que o Soberano Poder impõe ordem no Universo. Deposita fé na Bondade e na Justiça Divinas e sabe que sem apermissão Celeste nada ocorre. Justamente por isso, a atenção do crente deixa de estar em seusdireitos para residir em seus deveres. Por saber que o mérito preside os destinos das criaturas, cuida deser o melhor possível. Tem fé no futuro, razão pela qual coloca os bens espirituais acimados materiais. Sabe que as vicissitudes da vida são provas ou expiações e asaceita sem murmurar. Possuído do ideal da fraternidade, faz o bem sem esperarrecompensas. Encontra satisfação em ser útil e bondoso, em fazer ditosos osoutros. É benevolente para com todos, independentemente de credo, cor ouraça, pois sabe que todos os homens são filhos de Deus e seusirmãos. Respeita as convicções sinceras dos semelhantes e não condena quempensa diferente. Quando ofendido, procura perdoar por compreender as dificuldades dosirmãos de jornada. Jamais se vinga, ciente de que toda justiça repousa nas mãos doCriador. É indulgente para as fraquezas alheias, por saber que tambémnecessita de indulgência. Não se ocupa dos defeitos alheios, mas dos seus. Estuda as próprias imperfeições, a fim de se melhorar. Consciente do olhar de Deus sobre si, cuida de ser digno em todos osmomentos de sua vida, mesmo os mais íntimos. Usa, mas não abusa, de seus bens, por ser consciente de que sãoapenas empréstimo da Divindade. Utiliza seu tempo livre em atividades úteis, fazendo-se um agente doprogresso no mundo. Talvez esses deveres pareçam excessivos, mas não representam umpeso para quem realmente acredita em Deus. Constituem consequência natural da certeza da existência de um EnteSuperior, pleno de Bondade, Justiça e Poder. Pense nisso. Redação do Momento Espírita, com base no item 3 do cap. XVII do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb. Em 07.04.2010.

Autógrafo de Deus

Autógrafo é a assinatura original, de próprio punho, do autor dealguma obra. Assinam seus quadros os pintores. No entanto, melhor do que a suaassinatura, o que diz se o quadro é verdadeiramente daquele pintoré o seu estilo. Quem quer que se aprofunde pelo conhecimento da arte, poderá, aoadmirar uma tela, afirmar do seu autor. E identificar, inclusive, sefor o caso, a que período da vida artística daquele pintorcorresponde. Quem escreve um livro, define-se por uma forma de escrever e, apartir daí passará a ser conhecido. Naturalmente, coloca seu nomena obra. Mas, mais do que isso, identifica-se pelo estilo e a forma com quedesenvolve o seu pensamento, ao transpô-lo para o papel. Cada artista tem sua maneira peculiar de se identificar no seutrabalho. E é assim que Ele é conhecido e admiradas as Suas produções,através dos tempos. Quando nossos olhos se extasiam ante a prodigalidade da natureza; quando nossos ouvidos se deliciam com os sons dos rios cantantes, como murmúrio da fonte minúscula, com as águas que descem pelasencostas, despejando-se ruidosamente de alturas; quando o vento flauteia uma canção entre os ramos ou agita comviolência o arvoredo; quando o sol se pinta de ouro e tudo enche de luz por onde seespraia; quando o céu se faz de tonalidades mil, indefiníveis, num amanhecerindescritível; quando tudo isso acontece, todo dia, a cada dia... procuramos oautor. E a assinatura. O inacreditável do grandioso e das coisas minúsculas – tudoobedecendo a idêntico esmero, diz-nos da qualidade do artista. A diversidade de tons, de sons nos fala de um Alguémsuperlativamente criativo pois que, há bilhões de anos, nãoreprisa um pôr de sol, nem o cristal da gota de orvalho, nem acombinação dos gorjeios da passarada. Cada dia tudo é diferente. O sol retorna, as nuvens se espreguiçam,a pradaria se estende, alongando sua colcha de retalhos de coresdiversas, bordadas cá e lá de flores miúdas... mas nada é igual. As folhas nas árvores estão em número maior ou menor, a sinfoniadas águas acabou de ser composta, os pássaros balançam-se emoutras ramagens. Sim, o artista responsável pelo concerto do dia e da noite éextraordinário. Os homens afirmam que jamais O viram. Mas todos podem admirar Suaobra. Mesmo aqueles que Lhe negam a existência. Esse artista inigualável assina a delicadeza das manhãs com opincel da madrugada. Podemos descobrir Seu autógrafo na tela do firmamento, no brilho dasestrelas. Podemos descobrir Sua escrita nas flores dos campos, dos jardins, dasmontanhas. Ele é tão grande que a tela onde cria as Suas maravilhas vive emexpansão. Mas onde Esse artista coloca Sua mais especial assinatura é naessência de cada um dos filhos que criou. Ela está em cada um de nós e se chama Imortalidade. Pense nisso. Você é o mais especial autógrafo de Deus. Redação do Momento Espírita. Em 08.04.2010.

O ausente-presente

Era a derradeira refeição que fariam juntos. É um momento dealegria, pela comemoração da páscoa judaica. Recordam-se das agruras da escravidão no Egito e as alegrias dalibertação pelo legislador hebreu Moisés. Os cânticos se sucedem, em obediência ao rito comemorativo.Serve-se o carneiro, o pão sem sal e sem fermento, embebido no molhode ervas amargas. Recordam-se das bênçãos e a proteção de Yaweh. É também ummomento de despedida. Um pouco e já não mais me vereis, assevera Jesus. E como bompastor, exorta: meus filhinhos... E tece recomendações, dizendo das dores que adviriam aos Seusseguidores, a todos aqueles que desejassem levar o archote da BoaNova na tentativa de iluminar a Terra. O machado está posto à raiz, dizia o Mestre. Mas, se falou de dores e sofrimentos, não deixou de declamaresperança e consolo. Por isso, em observando o ar de tristeza que envolvia os Apóstolos,naquela hora, profetizou: Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus. Crede também emmim. Eu vou para vos preparar o lugar. Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltareie vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vósaí estejais. O Pastor anuncia Sua viagem, mas apresenta os objetivos dela e afirmao Seu retorno. A hora avança e Ele ensina: Um novo mandamento vos dou: amai-vos uns aos outros como eu vos tenhoamado. Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos: se vosamardes uns aos outros. E sentencia: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão pormim. É um momento solene. Os minutos se sucedem ligeiros, como sedesejassem que aquela despedida não se alongasse. Mas o Mestre dos mestres tem algo mais a dizer: Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seusenhor. Tenho-vos chamado amigos, porque tudo o que sei de meu Paivos transmiti. Repito-vos: amai-vos uns aos outros. E, como num testamento, exterioriza Sua doação final: Deixo-vos a paz: a minha paz vos dou Não vo-la dou como o mundo a dá. Amai-vos como eu vos amei. Ninguém tem mais amor do que aquele que dá a própria vida pelosseus amigos. Sereis meus amigos, se fordes amigos uns dos outros. A noite se envolve em crepe. Talvez a lua tenha escondido sua cararedonda e prateada, para enxugar o próprio pranto. O Cordeiro vai ser imolado... * * * Ele voltaria depois da morte para atestar que a morte não existe. E quando chega, faz-Se visível àquele grupo de homens assustados,como uma equipe sem chefia e os saúda: Paz seja convosco! E ficaria com eles por dias e dias. Dias de sol, noites de estrelas, de luar. Pelas estradas da Galiléia e da Judeia, pelas praias do mar e dolago, nas montanhas, onde os pastores apascentam seus carneiros, nasplanícies onde os camponeses cortam o trigo, todos sentem que Elepode estar, que Ele pode vir, de repente e dizer: “A paz seja convosco!” Certeza de Sua presença. Amigo, Mestre, Senhor: presente! Não nos esqueçamos disso. Redação do Momento Espírita, com base no Evangelho de João, cap. XIV e com parágrafo colhido no cap. LXXII, do livro Vida de Jesus, de Plínio Salgado, ed. Voz do oeste. Em 12.04.2010.

Colheita abençoada

Joey era uma criança com desenvolvimento aparentemente adequado atéque, aos 11 anos, foi acometido da Síndrome do pânico. Mostrava um medo profundo de lugares abertos e públicos e ficouquase um ano confinado ao quarto. Após 11 meses de tentativas de tratamento, finalmente, um psiquiatralhe receitou o remédio que apresentou efeito terapêutico adequado. A causa desse distúrbio psíquico, disseram os médicos, fora umadisfunção de aprendizado não percebida, que acabara por serefletir em sua área psicológica. Com o controle da Síndrome do pânico os pais enfrentaram um novodesafio: encontrar uma escola especializada em disfunções deaprendizado. No entanto, as escolas contactadas não o aceitavam, alegando queseus alunos possuíam apenas distúrbios educacionais e nãoemocionais e que não estavam preparadas para recebê-lo. A mãe desejava matriculá-lo em uma escola que ficava perto de suacasa e que desfrutava de excelente reputação. Mas a matrícula foivárias vezes negada. Certa noite, a mãe compareceu a uma festa de caridade. Sentou-se aolado de uma mulher chamada Bárbara, que ela conhecia vagamente. Repentinamente, sem saber como, a genitora do garoto se viu abrindo ocoração àquela senhora, sobre as dificuldades em matricular seufilho. Ao final da narrativa, Bárbara, emocionada, disse-lhe, para suasurpresa, que era vizinha do fundador e diretor da escola desejada,além de contribuir para a mesma. Prometeu-lhe ajuda. Através de sua influência, Joey foi finalmente aceito para o anoseguinte e, durante o tempo que lá estudou teve excelenteaproveitamento, figurando, pela primeira vez na vida, entre osmelhores alunos. Um ano após aquele encontro, o marido de Bárbara faleceu. A mãe de Joey compareceu ao funeral e, ao ver uma mulher ao lado daviúva, indagou sua identidade a uma pessoa. Era a filha de Bárbara.Neste momento a emoção foi imensa. Sua memória voltou 25 anos notempo. Lembrou-se de sua viagem de formatura de segundo grau. Ela seoferecera para dividir o quarto com uma aluna que entrara em suaturma naquele ano. Chamada de retardada pelas colegas a calourasofria forte preconceito. Seus olhos se encheram de lágrimas: 25 anos antes ela ajudaravoluntariamente a filha de Bárbara e, há um ano, sem nada saber,esta ajudara seu filho! * * * Talvez nossa mente ainda não tenha a capacidade de reter todas aslembranças vivas no que chamamos de memória, mas, felizmente, amemória Divina é infalível. Quando fazemos o bem sem interesse oculto, o feito não passadespercebido. A Lei de Causa e Efeito jamais falha, mesmo que muito tempo se passe,pois o tempo nada significa na imensa jornada que nosso Espíritoempreende em busca de sua evolução. Todo o bem que fazemos a outrem é como semente que plantamos e cujosfrutos, cedo ou tarde, haveremos de colher. Pensemos nisto! Redação do Momento Espírita com base no artigo intitulado A semeadura, de José Ferraz, publicado na revista Presença Espírita de novembro/dezembro de 2009, ed. Leal. Em 14.04.2010.

As mãos do trabalho

Eram quatro jovens que aproveitavam o sol da primavera à beira de ummaravilhoso lago. Em certo momento, passaram a discutir a respeito dequal delas teria as mãos mais lindas. A primeira mergulhou as suas nas águas claras e, erguendo-as depois,em direção ao sol, falou: Vejam como são lindas as minhas mãos. Brancas e macias, asgotículas d'agua parecem brilhantes raros entre os dedos finos elongos. Eram verdadeiramente lindas pois ela nada mais fazia do que as lavar,constantemente, em água cristalina. A segunda tomou alguns morangos e os esmagou entre as palmas dasmãos, tornando-as rosadas. Não mais bonitas do que as minhas, exclamou essa, que reproduzem acor do céu no nascer da manhã. Suas mãos eram bonitas pois a única coisa com que se ocupava eralavá-las em suco de frutas todas as manhãs, a fim de queconservassem a frescura e o tom rosado. A terceira jovem colheu algumas violetas, esmagou-as entre as suasmãos, até ficarem muito perfumadas. Vejam as minhas mãos como são belas, falou então. Além disso sãoperfumadas como as violetas dos bosques em plena estação primaveril. Eram sim muito macias, brancas e perfumadas. Tudo o que fazia essajovem era lavá-las com violetas todos os dias. A quarta jovem não mostrou as mãos. Parecia envergonhada,escondendo-as no próprio colo. Então as moças perguntaram a uma mulher que se encontrava um poucoalém, deliciando-se com o dia, qual a sua opinião. Seu julgamentodeveria decidir qual delas detinha as mãos mais belas. A senhora se aproximou e examinou as mãos da primeira, da segunda eda terceira, balançando a cabeça como que em sinal dedesaprovação. Finalmente, chegou perto da quarta jovem e lhe pediu que levantasseas mãos. A mulher tomou as mãos dela entre as suas e as apalpou com vagar.Depois falou: Estas mãos estão bem limpas, mas se apresentam muito endurecidas.Existem traços de muito trabalho em suas linhas rijas. Estas mãos mostram que ajudam seus pais no trabalho doméstico, quelavam louça, varrem o chão, limpam janelas e semeiam horta ejardim. Guardam o perfume das flores e o cheiro de limpeza e dedicação.Nota-se que são mãos que tomam conta do bebê, ensinam o irmãomenor a fazer a lição e erguer castelos de areia, em plena praia. Estas mãos são mãos muito ocupadas, que tudo fazem paratransformar uma casa em um lar de aconchego e felicidade. São mãosde carinho e de amor. Sim, finalizou a desconhecida julgadora, estas mãos merecem oprêmio pelas mais belas mãos, pois são as mais úteis. * * * O serviço ao semelhante e a dedicação ao trabalho foram ensinadospor Jesus. Ele mesmo exemplificou servindo a todos durante a Sua passagem pelaTerra e, na última ceia, tomou uma jarra com água, uma toalha elavou os pés de todos os Seus Apóstolos. Não foi por outra razão que afirmou: Meu Pai trabalha sem cessar eeu trabalho também. Redação do Momento Espírita, com base no texto Lindas mãos, de Lawton B. Evans, de O livro das virtudes, de William J. Bennett, v. 2, ed. Nova fronteira. Em 26.04.2010.

Erro coletivo

É comum ouvir alguém reclamar a respeito da presença de uma pessoacomplicada em sua vida. Pode ser algum parente, vizinho ou colega de trabalho. Em geral, está presente o raciocínio de que a vida seria boa sem osproblemas trazidos por aquela pessoa. Por vezes, há até alguma indignação com quem tem dificuldadesfísicas ou psíquicas. Quem é convocado ao auxílio e à compreensão não raro se senteindignado. Entretanto, urge refletir que a Lei Divina é perfeita. Ela estabelece a felicidade e o equilíbrio como naturais resultadosda observação de seus preceitos. Por outro lado, toda violação dos estatutos cósmicos ensejaproblemas. Contudo, o erro raramente é individual. O defraudamento dos deveres de honestidade, pureza e respeito aosemelhante costuma surgir de um contexto complexo. Quando alguém comete desatinos, de ordinário tal se dá sob oinfluxo de vários envolvidos. Esses podem ser os pais, que não cumpriram a contento seu dever deeducação. Deixaram-se levar por múltiplos afazeres e não deram ao filho aatenção e as orientações necessárias. Ou então, foram amigos que incentivaram ao vício. Quem sabe, irmãos ou outros parentes que deram maus exemplos. Talvez, um namorado ou namorada que fez falsas promessas e gerougrande dor moral. O certo é que poucas vezes alguém erra sozinho, sem a influênciade terceiros. Ocorre que é da lei que quem cai junto se reerga em conjunto. Os partícipes do erro são naturalmente convocados a auxiliar noreajuste. Conforme o grau de sua participação na derrocada moral, devemcolaborar no soerguimento. Assim, a presença de alguém complicado em sua vida não é umainjustiça e nem fruto do acaso. Justamente por isso, não procure saídas fáceis ou desonrosas. Libertar-se de uma situação constringente não é o mesmo que fugirdela. A Lei Divina é perfeita e ninguém consegue ludibriá-la. A atitude de fuga apenas denota rebeldia e complica a situação dodevedor. Para se libertar de semelhante conjuntura adversa, somente mediante oexercício da fraternidade. Faça o seu melhor no auxílio aos que o rodeiam. Ampare física e moralmente os que se apresentam frágeis e viciados,do corpo e da alma. Saiba que a paz em sua vida será o resultado natural da consciênciatranquila pelo dever bem cumprido. E, principalmente, cuide para não induzir ninguém a trilharcaminhos indignos. Preste atenção no que diz e faz, a fim de não ser partícipe deatos torpes. Muitos testemunham seus atos e palavras e podem ser influenciados poreles. Mesmo sem desejar, você pode assumir graves responsabilidades ecomplicar seu futuro. Pense nisso. Redação do Momento Espírita. Em 28.04.2010.

O potencial de cada um

Conta-se que, certa vez, os animais de uma floresta que estava sendodevastada pelos homens se reuniram para discutir os seus problemas. Decidiram, após amplos debates, que a coisa mais importante a fazerseria criar uma escola. Organizaram um currículo que objetivava desenvolver as habilidadesde voar, saltar, nadar, correr e escalar. Todas consideradasnecessárias e importantes para quem vive em uma floresta. No entanto, apesar de terem utilizado métodos muito avançados, odesempenho dos alunos não foi dos melhores e a maioria conseguiuapresentar rendimento satisfatório em apenas uma ou duashabilidades. O pato foi excelente em natação mas apenas razoável em voos epéssimo em corridas. Para melhorar em corrida treinou tanto que gastou suas patas e nãoconseguiu nadar como antes, baixando seu aproveitamento em natação. O coelho, que vinha se destacando em corrida, desde o início docurso, acabou sofrendo um colapso de tanto se esforçar para melhorarem natação. A capivara, que nadava e corria muito bem, acabou se esborrachando aotentar voar. O susto foi tão grande que ela ficou traumatizada e nãoconseguiu mais nem correr, nem nadar. Os pássaros, por sua vez, protestaram, desde a criação da escola,porque a habilidade de cantar não estava incluída no currículo. Para eles, o canto era de importância fundamental para a qualidadede vida na floresta. Quando o currículo todo foi dado, o único animal que concluiu ocurso e fez o discurso de formatura foi a enguia. Não que ela tivesse maiores habilidades. Em verdade, ela não seesmerara em nada e conseguira fazer um pouco de todas as matériasmais ou menos pela metade. * * * Com certeza, ao imaginarmos uma capivara tentando voar ou um coelhose dedicando à natação, rimos da história. Mas, se olharmos ao nosso redor, vamos nos dar conta de que, porvezes, agimos exatamente como os animais da escola da floresta. É quando tentamos considerar todas as pessoas iguais, destruindo opotencial da criatura de ser ela mesma. Assim é quando, na posição de pais, insistimos com nosso filhopara que siga determinada profissão. Ele adora dançar mas nós lhe dizemos que isso não lhe conferiráuma carreira de sucesso e insistimos para que abrace a profissão quetoda a família segue. Até mesmo porque ele deve dar continuidade à tradição ou assumiro negócio da família, logo mais. Por isso é que algumas empresas de tradição, em determinadomomento, passando a ser administradas por quem não tem potencial nemvontade para o tipo de negócio, acabam por desaparecer. Ou então, a pessoa desenvolve as habilidades que lhe são exigidas,mas nunca será um profissional de qualidade. Isso porque não ama oque faz. E se transformará em uma criatura frustrada, infeliz, semprereclamando de tudo e de todos. Pensemos nisso e passemos a valorizar mais a habilidade e o potencialde cada um. Lembremos que a natureza é tão exuberante exatamente pelasdiferenças que apresenta nos reinos mineral, vegetal, animal ondecada um é especial e desempenha, na Terra, a missão que o DivinoCriador lhe confiou. Redação do Momento Espírita, com base na fábula Para gente deescola, de George H. Reavis, traduzida por Terezinha Gomes Lankenau, disponível no site www.metaforas.com.bre no artigo A escola animal, disponível no site www.palavrasdeosho.com. Em 29.04.2010.

Heróis anônimos

Iniciava-se mais um dia em uma grande cidade. A agitação e o grandenúmero de carros nas ruas refletia a época do ano: faltava umasemana para o Natal. Nas ruas, misturavam-se os carros daqueles que se dirigiam aotrabalho e dos que iam às compras. Era difícil deslocar-se comrapidez. Em um posto policial, localizado em uma praça da cidade, a rotinaera tranquila até que um carro se aproximou em alta velocidade eestacionou. O motorista chamou o guarda quase com desespero. No carro, uma mulher dava à luz uma criança. O policial solicitouuma ambulância pelo rádio e dirigiu-se ao veículo. Não erapossível esperar: a criança estava nascendo. Mesmo sem ter feito um parto sozinho anteriormente o policial nãotitubeou. O treinamento lhe veio à memória e o parto transcorreusem problemas aparentes. No entanto, em meio à emoção e à dor, a mãe percebeu que o bebênão se movimentava e parecia estar arroxeado, e pediu ao guarda que oajudasse. Um exame rápido e não foi difícil perceber que o cordão umbilicalestava enrolado em torno do pescoço do recém-nato, e lhe provocavaasfixia. Novamente o treinamento lhe veio à mente e, com uma rápida manobra,retirou a circular do cordão. Observou, então, que o bebê respirouprofundamente. Em seguida, a ambulância chegou ao local, levando a mãe e o bebêpara um hospital, onde chegaram ambos bem. Não demorou para que jornalistas se dirigissem ao posto policialpara entrevistar aquele que se tornaria o herói do dia na cidade. Jornais on line, Rádio e TV noticiaram o fato inusitado e o policialera o centro das atenções. Mesmo com a agitação da cidade, anotícia chamou a atenção de muitos. No final da tarde, em uma padaria próxima ao posto de guarda, opolicial não conseguia sequer lanchar. Era abordado por todos quequeriam o seu relato. Emocionado, ele se dizia realizado por salvar avida da criança. Muitos se sensibilizaram com a notícia. Na verdade, não foi apenasa vida daquela pequena criança que foi salva, mas a felicidade detoda uma família que aguardava seu nascimento. * * * Como esse policial, muitas são as pessoas que realizam atos deverdadeira bravura salvando vidas, auxiliando pessoas em momento deextrema necessidade, vencendo limites para ajudar o próximo. Sem dúvida, essas pessoas não agem sem proteção, pois muitasvezes realizam atos para os quais não estão aparentementepreparadas, e, por vezes, ultrapassam até mesmo suas resistênciasfísicas. Quando alguém quer sinceramente agir no bem entra em sintonia com omundo espiritual e recebe sua ajuda, sob forma de intuição, decoragem, de uma força que surpreende até mesmo aquele que a recebe. O verdadeiro herói age desinteressadamente. Não almeja a fama, nãodeseja recompensa que não seja a de ver o próximo feliz. Mas taisatos, quando noticiados, podem nos servir de exemplos. Exemplos de abnegação, de dedicação, de doação ao próximo, deausência de egoísmo. Enfim: exemplos de amor que transformam, diariamente, um incontávelnúmero de pessoas em verdadeiros heróis anônimos. Redação do Momento Espírita, com base em fato. Em 30.04.2010.

Quando Deus criou as mães

Diz uma lenda que o dia em que o bom Deus criou as mães, ummensageiro se acercou Dele e Lhe perguntou o porquê de tanto zelocom aquela criação. Em quê, afinal de contas, ela era tão especial? O bondoso e paciente Pai de todos nós lhe explicou que aquela mulherteria o papel de mãe, pelo que merecia especial cuidado. Ela deveria ter um beijo que tivesse o dom de curar qualquer coisa,desde leves machucados até namoro terminado. Deveria ser dotada de mãos hábeis e ligeiras que agissem depressapreparando o lanche do filho, enquanto mexesse nas panelas para que oalmoço não queimasse. Que tivesse noções básicas de enfermagem e fosse catedrática emmedicina da alma. Que aplicasse curativos nos ferimentos do corpo ecolocasse bálsamo nas chagas da alma ferida e magoada. Mãos que soubessem acarinhar, mas que fossem firmes para transmitirsegurança ao filho de passos vacilantes. Mãos que soubessemtransformar um pedaço de tecido, quase insignificante, numa roupaespecial para a festinha da escola. Por ser mãe deveria ser dotada de muitos pares de olhos. Um par paraver através de portas fechadas, para aqueles momentos em que seperguntasse o que é que as crianças estão tramando no quartofechado. Outro para ver o que não deveria, mas precisa saber e, naturalmente,olhos normais para fitar com doçura uma criança em apuros e lhedizer: Eu te compreendo. Não tenhas medo. Eu te amo, mesmo sem dizernenhuma palavra. O modelo de mãe deveria ser dotado ainda da capacidade de convenceruma criança de nove anos a tomar banho, uma de cinco a escovar osdentes e dormir, quando está na hora. Um modelo delicado, com certeza, mas resistente, capaz de resistir aovendaval da adversidade e proteger os filhos. De superar a própria enfermidade em benefício dos seus amados e dealimentar uma família com o pão do amor. Uma mulher com capacidade de pensar e fazer acordos com as maisdiversas faixas de idade. Uma mulher com capacidade de derramar lágrimas de saudade e de dormas, ainda assim, insistir para que o filho parta em busca do que lheconstitua a felicidade ou signifique seu progresso maior. Uma mulher com lágrimas especiais para os dias da alegria e os datristeza, para as horas de desapontamento e de solidão. Uma mulher de lábios ternos, que soubesse cantar canções de ninarpara os bebês e tivesse sempre as palavras certas para o filhoarrependido pelas tolices feitas. Lábios que soubessem falar de Deus, do Universo e do amor. Quecantassem poemas de exaltação à beleza da paisagem e aos encantosda vida. Uma mulher. Uma mãe. * * * Ser mãe é missão de graves responsabilidades e de subida honra. Égozar do privilégio de receber nos braços Espíritos do Senhor econduzi-los ao bem. Enquanto haja mães na Terra, Deus estará abençoando o homem com aoportunidade de alcançar a meta da perfeição que lhe cabe, porquea mãe é a mão que conduz, o anjo que vela, a mulher que ora, naesperança de que os seus filhos alcancem felicidade e paz. Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 5, ed. Fep. Em 04.05.2010.

As profissões de minha mãe

Minha mãe foi, com certeza, a mulher que mais profissões exerceu emtoda sua longa vida, sem ter sequer concluído o curso fundamental. Tudo que ela aprendeu foi nas primeiras quatro séries que cursou,quando criança. Contudo, era de uma sabedoria sem par. Descobri que minha mãe era uma decoradora de grandes qualidades, àmedida que eu crescia e observava que ela sempre tinha um local nomelhor móvel da casa, para as pequenas coisas que fazíamos naescola, meu irmão e eu. Em nossa casa, nunca faltou espaço para colocar os quadrinhos, osdesenhos, os nossos ensaios de escultura em barro tosco. Tudo, tudo ganhava um espaço privilegiado. E tudo ficava lindo, nolugar que ela colocava. Descobri que minha mãe era uma diplomata, formada na melhor escolado mundo (nosso lar), todas as vezes que ela resolvia os pequenosconflitos entre meu irmão e eu. Fosse a disputa pela bicicleta, pela bola, pelo último bocado detorta, de forma elegantemente diplomática ela conseguia resolver. Ea solução, embora pudesse não agradar os dois, era sempre a maisviável, correta, honesta e ponderada. Descobri que minha mãe era uma escritora de raro dom, quando euprecisava colocar no papel as ideias desencontradas de minhacabecinha infantil. Ela me fazia dizer em voz alta as minhas ideias e depois ia meauxiliando a juntar as sílabas, compor as palavras, as frases, paraque a redação saísse a contento. Descobri que minha mãe era enfermeira, com menção honrosa, todavez que meu irmão e eu nos machucávamos. Ela lavava os joelhos ralados, as feridas abertas no roçar do aramefarpado, no cair do muro, no estatelar-se no asfalto. Depois, passava o produto antisséptico e sabia exatamente quandodevia usar somente um pequeno band-aid, o curativo ou a faixa degaze, o esparadrapo. Descobri que minha mãe cursara a mais famosa Faculdade dePsicologia, quando ela conseguia, apenas com um olhar, descobrir aarte que tínhamos acabado de aprontar, o vaso que tínhamosquebrado. E, depois, na adolescência, o namoro desatado, a frustração de umpasseio que não deu certo, um desentendimento na escola. Era uma analista perfeita. Sabia sentar-se e ouvir, ouvir e ouvir.Depois, buscava nos conduzir para um estado de espírito melhor,propondo algo que nos recompusesse o íntimo e refizesse o ânimo. Era também pós-graduada em Teologia. Sua ciência a respeito deDeus transcendia o conteúdo de alguns livros existentes no mundo. O seu era o ensino que nos mostrava a gota a cair da folha verde namanhã orvalhada e reconhecer no cristal puro, a presença de Deus. Que nos apontava a fúria do temporal e dizia: Deus vela. Não sepreocupem. Que nos alertava a não arrancar as flores das campinas porqueestávamos pisando no jardim de Deus. Um jardim que Ele nos cederapara nosso lazer, e que devíamos preservar. Ah, sim. Ela era uma ecologista nata. E plantava flores e vegetaiscom o mesmo amor. Quando colhia as verduras para as nossasrefeições, dizia: Não vamos recolher tudo. Deixemos um pouco paraos passarinhos. Eles alegram o nosso dia e merecem o seu salário. Também deixava uns morangos vermelhinhos bem à mostra no canteiroexuberante, para que eles pudessem saboreá-los. Era sua forma de manifestar sua gratidão a Deus pelos Seus cuidados:alimentando as Suas criaturinhas. Minha mãe, além de tudo, foi motorista particular. Não se cansavade ir e vir, várias vezes, de casa para a escola, para a biblioteca,para o dentista, para o médico, para o teatro e de volta para casa. Também foi exímia cozinheira, arrumadeira, passadeira, babá. Etudo isto em tempo integral. Como ela conseguia, eu não sei. Somente sei que agora ela está naEspiritualidade. E Deus, como recompensa, por tantas profissõesdesempenhadas na Terra, lhe deu uma missão muito, muito especial: ade anjo guardião dos filhos que ficaram na bendita escola terrena. Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 12, ed. Fep.

O mesmo caminho

Deus é pleno de misericórdia para com Seus filhos. A todos faculta incontáveis experiências, a fim de que seaperfeiçoem e se enriqueçam dos mais variados dons. Entretanto, os homens, com freqüência, dizem faltar em suas vidaselementos indispensáveis à felicidade. Um reclama da ausência de uma companheira amorosa e digna. Outro brada porque enfrenta problemas profissionais. Há quem se ressinta da falta de saúde. Um terceiro clama aos céus porque seus filhos são desequilibrados. Parece haver um descompasso entre a amorosa e rica Providência doPai Celeste e a carência experimentada por Seus filhos. Contudo, a ordem universal não é feita de regalias e privilégios. Os recursos são amorosamente distribuídos no intuito do progresso. Quem os recebe fica na condição de depositário e precisa prestarcontas do uso que deles faz. Talentos não podem ser enterrados, a denotar preguiça de quem osrecebe. Com maior razão, não devem receber uso pervertido. Todo Espírito é paulatinamente cumulado de dons, para que osutilize com dignidade. O uso digno sempre implica o progresso próprio e alheio. Quem se permite atitudes indignas ou levianas arca com asconsequências. Para aprender a valorizar o tesouro desperdiçado, experimenta a suafalta. Assim, o homem que hoje se ressente da ausência de uma esposa dignanão deve se imaginar vítima do acaso. Talvez ainda ontem ele tenha sido o marido infiel de uma grandemulher. Provavelmente, a alma enobrecida o perdoou e seguiu em frente. Mas ele se vinculou a quem foi sua cúmplice no adultério. Hoje sonha com uma figura digna de mulher, que não está maispresente. O enfermo crônico lamenta a ausência de saúde. Contudo, no passado pode ter desperdiçado a ventura de um organismofísico perfeito e vigoroso. Pôs a perder a saúde em vícios e noitadas e agora tem aoportunidade de perceber o tesouro que é um corpo sadio. O mau rico de ontem renasce hoje na miséria. O político corrupto do pretérito experimenta agruras por falta deserviços públicos essenciais, na região pobre em que renasceu. Não se trata de castigo, mas de justiça e responsabilidade. Na rota evolutiva, o Espírito trilha várias vezes o mesmo caminho eo encontra conforme o haja deixado. Ciente disso, cesse de reclamar pelas dificuldades de sua vida. Lembre-se de que, hoje pode sofrer a ausência de algo importante queteve no passado e não valorizou. Viva com dignidade o momento presente e trate de merecer o retorno dotesouro que jogou fora. Cuide muito bem do caminho que agora trilha, para encontrá-loflorido na próxima jornada que empreender. Redação do Momento Espírita. Em 07.05.2010.

Coincidências

Acontecem muitas vezes e, de um modo geral, simplesmente nosadmiramos que aconteçam, sem atentar para detalhes. No entanto, muitas dessas tais coincidências têm por trás a sábiamão Divina. Lembramos de um empresário aposentado que recebeu um telefonemacerto dia. Era da secretária de um famoso cardiologista que eleconsultara há seis meses. Ela desejava confirmar a sua consulta para o dia seguinte, às novehoras da manhã. Richard Fleming não se recordava de ter marcado consulta. Lembravaque estivera na clínica, submetera-se a uma extensa bateria detestes e tudo estava bem. Reticente, disse à secretária que não se lembrava de nenhumaconsulta marcada com o cardiologista. Ela pareceu um pouco hostil, nesse momento. O senhor é Richard Fleming? Então, aqui está, amanhã, nove horasda manhã. Por favor, o Dr. Brown é um médico muito conceituado, sua agendaestá sempre lotada. Se o senhor não quiser vir à consulta, é sódizer. Desmarco e ligo para um paciente que esteja em lista deespera. Richard achou que seria muito deselegante desmarcar a consulta, porisso a confirmou. Mas, ficou preocupado. Será que o mal de Alzheimer o estavaabraçando? Pensou que, no dia seguinte, depois dos exames e dos testes,perguntaria ao médico o que fazer quanto a essa possibilidade.Afinal, de todos os processos de envelhecimento, o que ele mais temiaera perder a sua capacidade mental. Contudo, nem deu tempo para fazer indagações. Ao avaliar osprimeiros resultados dos exames, o médico lhe disse que detectara umproblema grave em seu coração. Algo que necessitava urgente intervenção. Fora muito bom que eletivesse vindo àquela consulta. Um ou dois meses mais e poderia tersérios problemas. Enquanto isso, na recepção da clínica, uma discussão tinha lugar. Um homem estava quase a gritar com a secretária: Como o senhor Richard Fleming já está sendo atendido? Eu souRichard Fleming e minha consulta estava marcada para as nove horas,hoje! Ante a sua insistência e impaciência, a secretária foi verificarno arquivo e descobriu duas fichas separadas para dois RichardFleming. Um era o que estava à sua frente e marcara a consulta. O outro era oque estava recebendo um diagnóstico grave e a prescrição da cura. O Richard Fleming errado havia recebido o seu telefonema. Umequívoco que foi providencial para a vida do empresário aposentado. Em verdade, ele precisava que isso acontecesse para que sua vidapudesse ser salva! * * * Deus tem sempre inusitadas formas de agir. Uma coincidência de duaspessoas com o mesmo nome poderia criar muita confusão. Nesse caso, foi utilizada pela Providência Divina, para que umapessoa pudesse ter sua vida salva! Por isso, quando algumas coincidências acontecerem em sua vida,beneficiando-o, provocando-lhe felicidade, analise com cuidado everifique se não podem ter sido provocadas pelo Pai amoroso e bom. Isso porque o que chamamos simples coincidências são a expressãodo amor de Deus aos Seus filhos. Pensemos nisso! Redação do Momento Espírita, com base em texto do livro Pequenos milagres, v. II, de Yitta Halberstam & Judith Leventhal, ed. Sextante. Em 10.05.2010.

Levar o amor

Que eu leve o amor... A mim, em primeiro lugar. Que eu leve o amor para dentro de mim e que todo auto-ódio seconverta em chance, em nova chance. Que eu me dê novas chances... De amar de novo, de acertar de novo,de dar ao menos um pequeno passo adiante, afastando-me daestagnação. Onde houver ódio em mim, que eu leve o amor; não esse amor deplástico, disfarçado de complacência, que mais me engana do que meenobrece. Que seja um amor maduro, que proclama seguro: Eu sei quem sou! Eu seiquem quero ser! * * * Que eu leve o amor... À minha família. Onde houver ódio em minha família, que eu leve o amor... Que eu seja a luz, mesmo que pequenina, a iluminar a escuridão dosdias difíceis em meu lar. Que eu leve o amor aos que sofrem em silêncio e não querem falar desuas mazelas. Que minhas preces e meu sorriso os guarde em paz... Que eu leve o amor quando seja ofendido, maltratado, menosprezado,esquecido. Que eu lembre de oferecer a outra face do ensino doCristo. Que eu leve o amor quando meus filhos sejam ingratos. Que minhaternura não seque tão facilmente. Que eu leve o amor quando meus pais não me compreendam e não sejamos pais que gostaria de ter. Que minha compreensão desperte de seu sono e perceba que eles buscamacertar, que buscam dar o melhor de si, embora nem sempre tenhamêxito. São os pais que preciso. São os pais que me amam. Que eu leve o amor quando o romance esfriar e algumas farpas de gelome ferirem o coração. São os espinhos da convivência. não precisam se transformar emódio se o amor assim desejar. Que eu leve o amor... Aos meus inimigos. Que eu leve o amor mesmo a quem não me tem amor. Que eu respeite. Que eu compreenda. Que eu não me entregue ao ódiotão facilmente. Que eu leve o amor aos que me querem mal, evitando aumentar seu ódiocom meu revide, com minha altivez. Que ore por eles. Que lhes peça perdão em prece, mesmo muitas vezesnão recordando dos equívocos que macularam seus corações. Que lhes mostre que ontem errei, mas que hoje estou diferente,renovado, disposto a reconstruir o que destruí. Que eu leve o amor... A minha sociedade. Que eu leve o amor aos que não conheço, mas que fazem parte de meumundo. Que eu aprenda a chamá-los todos de irmãos... Que eu leve o amor ao mundo, perfumando a Terra com bons pensamentos,com otimismo, com alegria. Que eu leve o amor aos viciados em más notícias, aos pessimistas,aos que já se entregaram à derrota. Que meu amor os faça ver a beleza da vida, das Leis de Deus, domundo em progresso gerido por Leis de amor maior. Que eu leve o amor aos carentes, do corpo e da alma. Que meu sorrisoseja a lembrança de que ainda há tempo para mudar, paratransformar. Sou agente transformador. Sou agente iluminador. Sou instrumento dapaz no mundo. Que eu leve o amor... Redação do Momento Espírita. Em 10.05.2010.

Uma história chinesa

Lin casara-se e podia se dizer feliz, se não fosse um pequenodetalhe: sua sogra. Lin amava seu marido mas não desejava aquela sogra. Especialmenteporque, conforme a velha tradição chinesa, a nora deve servir asogra. Os meses foram se passando e o que, de início, era um desconforto,um mal-estar, foi se transformando em um terrível sentimento. Lin odiava sua sogra e não podia conceber ter que servi-la ano apósano, na soma cadenciada dos dias. Por isso, ela procurou um velho sábio e lhe disse que precisava deajuda, precisava se livrar da sua sogra. O sábio a escutou, com paciência. Depois, providenciou algumaservas e as entregou à jovem esposa. Essas ervas – explicou – são venenosas. Elas devem ser deixadasem infusão e servidas, uma vez ao dia, todos os dias. E o que acontecerá? – perguntou ansiosa a consulente. Ora, ao cabo de seis meses, sua sogra morrerá. No entanto, muitocuidado deve ser tomado a fim de que as desconfianças a respeito damorte não venham a cair sobre você. Por isso, trate muito bem a sua sogra e quando ela morrer, chorebastante. A jovem foi para casa feliz e, no dia imediato, começou a servir ochá com aquelas ervas para a sogra. Conforme fora orientada,começou a tratá-la muito bem. Os dias foram passando e três meses depois, Lin se deu conta que asogra estava diferente. Ela não era mais tão complicada, nem chata, nem arrogante. Quando estavam para se completar os seis meses, um grande pavor tomouconta de Lin. Ela não queria que a sogra morresse. Afinal, se transformara numamãe para ela. Lin correu ao sábio. Contou o que acontecera e do seuarrependimento. Novamente, o sábio a escutou, com calma e lhe disse que, em verdade,não fora a sogra que mudara, mas ela mesma. Ao se casar, ela olhava a sogra como uma rival, alguém a quem seumarido pertencera e continuava pertencendo. Tomara-se de raiva por ter que servi-la e passou a projetar nela oódio que a si própria consumia. Mas, a partir do momento que decidira tratá-la bem, tudo isso seevaporara. No entanto, o que fazer agora? Ela envenenara a mãe de seu marido,ao longo daqueles meses. O ancião a sossegou: Não eram ervas venenosas, ao contrário, depoder vitamínico. Pode continuar a servi-las no chá. E a nora, tranquila, retornou ao seu lar, para prosseguir a viver empaz, usufruindo do amor daquela que se transformara em mãeatenciosa. * * * Nada mais destrutivo, para si e para os que a cercam, do que o ódioque a criatura conserva e alimenta no coração. Por isso, Francisco de Assis, compreendendo esse campo psíquico detormenta e de loucura, firmava-se na proposta do amor. E dizia: Onde houver ódio, consenti que eu semeie amor. Pensemos nisso e semeemos o bem imbatível e o inefável amor, quefalam da presença de Deus no mundo. E sejamos felizes, desde agora. Redação do Momento Espírita, com base em palestra do orador espírita Divaldo Pereira Franco. Em 13.05.2010.

Idêntica dor

A primavera começava a desabrochar naqueles dias dos meses demarço/abril. Segundo o calendário judaico, mês de Nisan. Aindafazia frio mas a natureza parecia ardentemente se vestir de flores ecores. Tudo era promessa de vida, como se Yaweh desejasse brindar os sereshumanos com renovados presentes. Tudo era promessa de alegria... Menos em Jerusalém. O homem que entrara na cidade de forma triunfal há poucos dias,saudado pelo vozerio de crianças, mulheres, do povo em geral, forapreso. Do julgamento arbitrário nas mãos de Pilatos passara à noite noflagício. Trinta e cinco chicotadas nas pernas. Trinta e cincochicotadas nas costas. Era uma chaga aberta Seu corpo, coroado, ao demais, por espinhosrecolhidos no monturo. Alçado na cruz da vergonha, o homem agonizava. Aos Seus pés, com ocoração em frangalhos, agonizava a dor materna. Maria olhava o corpo lanhado do filho e se perguntava porque oshomens tratavam tão mal a quem fizera tanto bem... Ela tinha os olhos fundos da noite mal dormida, a face traduzindo ador moral que a machucava. Seu filho crucificado entre dois malfeitores. Então, ela viu, ao péde uma das cruzes laterais, uma mulher. Também chorava e se lamentava. É seu filho? Perguntou. Sim, disse a outra. Sofre muito e está morrendo. E, porque Jesus acabasse de responder ao ladrão de nome Dimas que,ainda naquele dia, ele estaria no paraíso, Maria sossegou a mulherchorosa. Mulher, se meu filho diz que seu filho estará com ele, no paraíso,acredite. Meu filho é o filho do Deus altíssimo. Aquela voz, pensou a mãe de Dimas, ela a conhecia. De onde? Onde jáescutara aquele timbre tão doce? E sua memória recuou no tempo, tornando-se a ver em Nazaré. Elafora à fonte buscar água. E quando se aproximava, ouviu o comentário de algumas mulheres.Mantivera-se à distância, meio oculta. É verdade, dizia uma. O filho de Tamar é um ladrão. Furtou a Joãouma funda. Tem certeza? Perguntou outra. E a primeira reafirmou a história, dizendo que João e seu amigo lhehaviam assegurado o furto realizado por Dimas. Como pode Tamar não se dar conta da maldade do filho? Então, uma voz doce, argumentou: Não posso crer que haja tanta maldade no filho de Tamar. Penso quedeve se tratar de uma brincadeira entre os meninos, simplesmente. Uma única voz defendera seu filho. Seu pobre filho. Tamar recorda que fora para casa e perguntara ao filho a respeito daacusação. Ele garantira que não era verdade. Agora, homem feito, ele viera aJerusalém. Prometera à noiva e para sua mãe que iria comprar uma casa paracomeçarem uma vida nova. Tinha negócios importantes que lherenderiam muito dinheiro. E da forma mais cruel, a mãe, que sempre o tivera como homem honestoe trabalhador, o descobrira salteador e condenado à morte. Mas, a voz meiga que o defendera um dia, tentando sufocar a fofoca,estava ali. E o filho dela, o Messias, prometera receber seu filho na outra vida. Tamar enxugou as lágrimas doridas, aproximou-se de Maria e aabraçou, em gratidão. E ficaram ali, as duas mães. Uma era a mãe do Ser mais perfeito quea Terra já conhecera. A outra, a desventurada mãe de um homem equivocado. Mas a dor, a dor em seus corações, era a mesma: a dor da mãe quevê morrer em lenta agonia o filho querido. Pensemos nisso. Redação do Momento Espírita, com base em dados colhidos na palestra Maria de Nazaré, proferida pelo médium Divaldo Pereira Franco. Em 17.05.2010.

Necessidade da meditação

A meditação é recurso valioso para uma existência sadia etranquila. Você medita? Caso sua resposta tenha sido não, é sempre tempo de começar. Através dela o homem adquire o conhecimento de si mesmo, penetrandona sua realidade íntima e descobrindo recursos que nele dormeminexplorados. Meditar significa reunir os fragmentos da emoção num todoharmonioso que elimina as fobias e ansiedades, liberando ossentimentos que aprisionam o indivíduo, impossibilitando-lhe oavanço para o progresso. As pressões e excitações do mundo agitado e competitivo, bem comoas insatisfações e rebeldias íntimas, geram um campo de conflitona personalidade. Esse campo de conflito termina por enfermar o indivíduo que se sentedesajustado. A meditação propõe a terapia de refazimento, conduzindo-o aosvalores realmente legítimos pelos quais deve lutar. Não se faz necessária uma alienação da sociedade. Tampouco abusca de fórmulas ou de práticas místicas ou a imposição denovos hábitos em substituição dos anteriores. Algumas instruções singelas são úteis para quem deseje renovar asenergias, reoxigenar as células da alma e revigorar as disposiçõesotimistas. A respiração calma e profunda, em ritmo tranquilo, é fatoressencial para o exercício da meditação. Logo após, o relaxamento dos músculos, eliminando os pontos detensão nos espaços físicos e mentais, mediante a expulsão daansiedade e da falta de confiança. Em seguida, manter-se sereno, imóvel quanto possível, fixando amente em algo belo, superior e dinâmico. Algo como o ideal defelicidade, além dos limites e das impressões objetivas. Esse esforço torna-se uma valiosa tentativa de compreender a vida,descobrir o significado da existência, da natureza humana e daprópria mente. Por esse processo, há uma identificação entre a criatura e oCriador, compreendendo-se, então, quem somos, por que e para que sevive. Esse momento não deve ser interrogação do intelecto. É desilêncio. Não se trata de fugir da realidade objetiva mas de superá-la. Não se persegue um alvo à frente. Antes, se harmoniza o todo. O indivíduo, na sua totalidade, medita, realiza-se, libera-se damatéria, penetrando na faixa do mundo extrafísico. * * * Crie o hábito da meditação, após as fadigas. Reserve alguns minutos ao dia para a meditação, para a paz querenova para outras lutas. Terminado o seu refazimento, ore e agradeça a Deus a bênção davida, permanecendo disposto para a conquista dos degraus de ascensãoque deve galgar com otimismo e vigor. Redação do Momento Espírita com base no cap. 16 do livro Alegria de viver, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 18.05.2010.

Caminhos

São muitos os caminhos... Caminhos tranquilos, plenos de flores,transitados sem problemas nem esforço. Caminhos tortuosos, difíceis, cheios de pedregulhos, de aspereza edificuldades. Caminhos fáceis que conduzem a abismos profundos, como gargantasabertas no verde da selva. Caminhos desconhecidos, que conduzem a alturas imensuráveis,margeando a montanha. Caminhos de lama, após a chuva torrencial. Caminhos áridos, naterra castigada pelo sol ardente. Caminhos ásperos, cheios de ervas daninhas e espinheiros. Caminhoscurtos. Caminhos longos. Em verdade, todos os caminhos têm algo em comum: o de permitirem aoviajante chegar a algum lugar. Assim, o mais importante não é escolhe-lo por sua beleza,facilidade ou comprimento. O mais importante é saber onde sepretende chegar. Na Terra, todos andamos por várias vias: as da comodidade, dosprazeres, das facilidades. São os caminhos curtos, fáceis e queconduzem o ser às bocas escancaradas dos abismos das paixões. Existem aqueles que, de forma egoísta, preferem caminhar solitáriose se perturbam após exaustiva marcha. Os maus seguem trilhas suspeitas e se perdem em sombras. Os que se afeiçoam ao bem seguem os caminhos da esperança e seiluminam. São vias de dificuldades, de tormentos e de dissabores.Caminhos espinhosos e difíceis, mas que dão acesso a portos de paz. São eles que permitem ao homem alcançar as paragens superiores dobem que nunca morre e do amor que sempre dura. Os servidores da caridade escolhem roteiros de ação constante pelobem ao próximo e alcançam lugares de ventura. A opção é individual e cada um a realiza de acordo com os sonhos eideais acalentados na alma e os valores que carregue em suaintimidade. Alcançar a felicidade breve e fugaz ou conquistar a alegria pereneé decisão pessoal. Na diversidade de tantos rumos, os homens se perturbam ou se tornamlivres. Contudo, não há ninguém que siga pelos caminhos de Jesus e quenão deixe de alcançar o fim que almeja: a felicidade integral. Hoje como ontem, Jesus, o Mestre incomparável, prossegue convidandoo Seu rebanho, desejando atrair todos para Si. O Seu convite perene é para que nos acerquemos Dele usufruindo depaz, alcançando a esperança e trabalhando sempre. * * * Ante a falta de tempo de que tanto reclamamos, face aos inúmerosquefazeres do dia-a-dia, é necessário parar para revisar e repensarJesus. Retornar aos Seus caminhos e percorrê-los com ternura é tarefainadiável ao ser humano. Assim procedendo, com certeza haveremos de experimentar o calor daSua presença e a presença do Seu amor. Ninguém há que possa prescindir de Jesus, escolher outros caminhose ser feliz. Redação do Momento Espírita com base no prefácio do livro Pelos caminhos de Jesus, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 20.05.2010.